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Petróleo sobe 7% e supera os R$ 110, com Opep+, Ucrânia e estoques nos EUA

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Estadão Conteúdos

Os contratos futuros do petróleo fecharam em forte alta nesta quarta-feira, 2, estendendo os ganhos da terça-feira. No radar das mesas de operação, esteve a decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de manter atual nível de aumento na oferta, além dos temores sobre crise na Ucrânia. Dado de estoques dos Estados Unidos também contribuíram para o avanço nesta sessão.

O petróleo WTI para abril fechou em alta de 6,95% (US$ 7,19), a US$ 110,60 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio avançou 7,58% (US$ 7,96), a US$ 112,93 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os ativos da commodity chegaram a saltar mais de 8% nesta quarta, na esteira da decisão da Opep+ de confirmar plano para aumento da oferta do petróleo em 400 mil barris por dia (bpd) em abril.

Em relatório, a Capital Economics diz que nunca esperou que a Opep+ fosse reverter totalmente seus cortes de produção até o fim deste ano. “Mas agora estamos ainda mais céticos, à medida que a produção russa terá dificuldades com desafios operacionais associados às sanções”, diz o economista para Commodities, Edward Farned.

Nos próximos meses, a oferta ainda excedente sobre a demanda deve ajudar a trazer os preços para baixo novamente, espera a consultoria.

O recuo de 2,6 milhões de barris nos estoques norte-americanos na semana passada, informados pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), também contribuíram para o avanço. O resultado ficou acima da previsão de analistas.

Ao longo da sessão, os ativos perderam algum fôlego, enquanto o dólar avançava sobre suas principais rivais e o noticiário internacional sugeria uma nova rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia ainda nesta semana.

No Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o presidente Jerome Powell considerou um aperto monetário mais agressivo, enquanto o dirigente James Bullard disse que o atual conflito na Europa pode provocar um cenário em que a Rússia continue a conseguir vender seu petróleo, mas com desconto.

Na avaliação do Commerzbank, o mercado precifica cada vez mais uma interrupção nas importações do petróleo russo, com petroleiras do Ocidente anunciando suas retiradas da Rússia.

Nesta quarta, o presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou que nenhuma opção está descartada em relação às sanções a Moscou.