A queda levou, pela primeira vez desde maio de 2020, o indicador abaixo do nível neutro, de 50 pontos, que indica crescimento. Segundo a IHS Markit, o recuo foi influenciado pelo cenário de escassez de insumos e inflação elevada, além de problemas na demanda, aumento dos juros e incertezas no mercado.
“A resiliência da recuperação do setor industrial brasileiro foi testada mais uma vez em novembro, com as empresas lutando para garantir novos empregos em meio aos elevados encargos de produção e o aumento da taxa de juros”, afirma em nota a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna de Lima. “Como resultado, as empresas reduziram os volumes de produção pela taxa mais rápida em um ano e meio.”
O mês também registrou declínio acentuado no volume de novos negócios. O aumento dos custos de insumos, combinado com vendas fracas, levaram os fabricantes a reduzirem os níveis de compra, interrompendo uma sequência de crescimento de 16 meses, segundo a IHS Markit.
Além disso, com manutenção dos gargalos globais de matérias-primas, junto com o aumento no custo de transportes e desvalorização cambial do real, os preços pagos pelos fabricantes brasileiros continuaram em alta e foram repassados aos consumidores.
Os empregos na indústria mantiveram a tendência de expansão no mês, porém, registraram a menor taxa de crescimento das últimas oito apurações. A desaceleração foi impulsionada pelas vendas fracas e iniciativas de redução de custos.
Ainda que várias empresas tenham expressado preocupações acerca da inflação elevada, aumento dos juros e incerteza política, o otimismo nos negócios, em geral, apresentou recuperação em novembro. A expectativa, de acordo com a IHS Markit, é de melhora da demanda no próximo ano, oferecendo suporte à produção.