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Presidente da Anatel diz que postergação do 5G era necessária

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Estadão Conteúdos

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, confirmou nesta quinta-feira, 2, que a postergação da ativação do 5G nas capitais de julho para setembro foi necessária por conta da escassez de equipamentos para limpeza da faixa de 3,5 Ghz e da ausência de alternativas para contornar esse problema. Além disso, não descartou novos atrasos, embora esse não seja o cenário esperado.

A faixa de 3,5 Ghz está passando por uma limpeza a fim de evitar interferências no tráfego do sinal de 5G com os sinais de TV para antenas parabólicas, que transitam no mesmo espaço. Esse trabalho requer a importação de filtros para adaptação das grandes antenas. O problema é que a principal fabricante dos equipamentos é a China, que atravessou uma nova onda de covid e de restrições à circulação nos últimos meses, atrasando o envio dos itens.

A possibilidade de extensão do prazo em 60 dias já era prevista no edital dos lotes de frequências para o 5G, realizado no fim do ano passado pela Anatel. A proposta de utilização de uso desse prazo adicional partiu do Grupo de Acompanhamento das Obrigações da Faixa de 3,5 Ghz (Gaispi) após ouvir o relato de problemas das empresas com a importação dos filtros.

“Diante da indisponibilidade de filtros para proteger os sistemas profissionais de TV aberta neste momento, se optou por aprovar a proposta do Gaisp. Não vamos permitir ativar o 5G e derrubar a TV aberta”, declarou Baigorri, em entrevista coletiva à imprensa.

O adiamento foi aprovado por unanimidade na reunião do conselho diretor da Anatel realizado na tarde desta quinta-feira. “Está evidente que não existem alternativas para antecipar o cronograma”, completou o presidente da agência reguladora.

Mesmo com a extensão do prazo em 60 dias, ele indicou que o prazo é curto e continua sendo desafiador para garantir a chegada dos filtros e a sua instalação devida.

Eventualmente, o 5G pode ser ativado antes de setembro em capitais onde a limpeza for concluída antes. A importação dos equipamentos continuará sendo monitorada, mas não estão descartados os riscos de novos atrasos.

O edital do leilão das faixas do 5G não prevê, entretanto, a concessão de prazos além desses 60 dias. “Se acontecer alguma coisa, a gente vai ter que ver como é que lida”, disse Baigorri. “O Gaisp vai ter que montar um plano de contingência”, acrescentou.

O prazo original para conclusão da limpeza da faixa e liberação para as operadoras era 30 de junho, com ativação do 5G para uso pela população até 31 de julho. Com o prazo adicional, as novas datas passam a ser de 29 de agosto e 29 de setembro, respectivamente, conforme esclarecido pela Anatel.