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Pressões sobre preços são evidentes em cada vez mais setores, diz BCE

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Estadão Conteúdos

O Banco Central Europeu (BCE) afirma que as pressões sobre os preços na zona do euro “são evidentes em mais e mais setores”, em parte diante do impacto de custos mais elevados de energia, que influem na economia como um todo. O núcleo da inflação segue em níveis elevados e a desvalorização do euro impulsiona as pressões inflacionárias, diz o BCE em seu Boletim Econômico, publicado nesta quinta-feira, 10.

A instituição avalia que gargalos na oferta “estão gradualmente diminuindo”, mas seu impacto perdura e isso ainda contribui para a inflação. A demanda contida puxa para cima preços no setor de serviços. O BCE também comenta que os mercados de trabalho mostram força, o que deve apoiar salários mais altos, para compensar a inflação elevada. Mas diz que, de qualquer modo, a maioria das expectativas de inflação no longo prazo estão atualmente em cerca de 2%.

O BCE alerta que indicadores recentes confirmam que os riscos à perspectiva de crescimento econômico “são claramente de baixa, especialmente no curto prazo”. Para ele, o maior risco é de um avanço maior nos preços de energia no varejo. Já no médio prazo, a inflação pode se mostrar maior que a esperada, se houver altas nos preços de energia e alimentos repassados aos consumidores, uma persistente piora na capacidade produtiva da zona do euro, um aumento persistente nas expectativas de inflação para além da meta de 2% ou avanços maiores que o antecipado nos salários.

O boletim lembra que, na pesquisa mais recente sobre bancos na região, os padrões de crédito haviam sido “apertados para todas as categorias de empréstimo no terceiro trimestre do ano”. Esse setor mostra mais preocupação com a piora na perspectiva econômica e os riscos enfrentados pelos clientes no ambiente atual. Os bancos devem ainda continuar a apertar suas diretrizes internas para aprovação de crédito no quarto trimestre, prevê o BCE.

O banco central diz que, no quadro global, há desaceleração e crescentes temores de uma recessão no mundo. Já as pressões inflacionárias globais “seguem muito altas”, acrescenta o BCE.