A corrosão dos orçamentos domésticos, por causa da inflação, pode estar por trás do movimento, com as famílias buscando crédito para fechar as contas, sustenta a nota divulgada pela CNC.
O número de endividados cresceu, mesmo diante das taxas de juros mais elevadas, por causa do ciclo de aperto da política monetária, iniciado em março de 2021 pelo Banco Central (BC).
Como considera todos os tipos de dívida, inclusive o uso de cartão de crédito, o crescimento do endividamento na Peic não necessariamente é negativo. Em períodos de crescimento econômico, pode sinalizar crescimento do crédito e da demanda.
No quadro atual, porém, o aumento do endividamento vem acompanhado de avanço da inadimplência. Em março, a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também alcançou o maior patamar da série histórica da Peic, em 2,8%, alta de 0,8 p.p. ante fevereiro e um salto de 3,4 p.p. ante março de 2021.
Além disso, a parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, “permanecerão inadimplentes” também subiu, para 10,8%, ante 10,5% em fevereiro.