A rede de restaurantes Madero se juntou a uma lista de 13 empresas que desistiram de fazer sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na B3, a Bolsa brasileira. O plano da companhia comandada pelo chef Junior Durski era buscar dinheiro na Bolsa para fazer frente a uma dívida que saltou para R$ 1 bilhão desde o início da pandemia.
A situação financeira do Madero obrigou a empresa a buscar um socorro entre seus sócios. Em novembro de 2021, o fundo americano Carlyle fez um aporte de R$ 300 milhões na empresa e elevou sua fatia no capital para cerca de 35%. Durski segue como controlador, com 57%.
O aporte deu à rede um fôlego financeiro ao menos até julho, enquanto a oferta pública de ações estava em andamento. Inicialmente, o Madero previa abrir seu capital na B3 entre outubro e novembro de 2021, mas só conseguiu o registro de empresa aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 17 de novembro. O plano foi adiado para janeiro, mas o ambiente ruim para ofertas gerou a desistência.
Aversão ao risco
O Madero é só mais uma empresa obrigada a abandonar o plano de abrir capital em 2022. Com a confiança do mercado em baixa e a alta dos juros, que incentiva a migração para a renda fixa, os projetos de estreia na Bolsa estão caindo por terra. Nesta terça, 25, foram anunciados ainda os recuos da capixaba ISH Tech, de cibersegurança, e da Corsan, estatal de saneamento do Rio Grande do Sul.
A oferta pública da Corsan era parte do projeto de privatização da empresa pelo governo estadual. A ideia é criar uma “corporation”, com controle pulverizado em Bolsa, mas existem questionamentos por parte do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre esse formato. A expectativa no mercado era de que o IPO da Corsan, previsto para fevereiro e estimado em R$ 1 bilhão, fosse um dos poucos com chance de sair neste começo de 2022.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.