Comunicado do BC sobre juro
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
Segundo o Comitê, o cenário externo se deteriorou devido à incerteza e volatilidade dos mercados e os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa. Além disso, as expectativas de inflação para 2023 e 2024 se elevaram e a inflação ao consumidor permanece acima do intervalo compatível com a meta.
O Comitê ressalta que existem fatores de risco em ambas as direções e que a incerteza em torno das projeções é maior do que o usual.
Além disso, o Copom também avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, por isso reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.
IPCA-15 mais fraco em março
O IPCA-15 de março apresentou desaceleração na inflação e menos disseminação de aumento de preços, trazendo boas notícias.
O índice subiu 0,69%, menor que o de fevereiro, e acumulou 5,36% em 12 meses, ainda superior à meta do Banco Central. Os preços administrados subiram 1,9%, enquanto os cinco núcleos desaceleraram e os serviços apresentaram melhora.
As medidas que anualizam e tiram influências sazonais apresentaram números menos favoráveis, mas a inflação tem perdido força no cenário de desaceleração econômica e juros altos.
Previsão de crescimento no setor agropecuário
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) manteve sua projeção de crescimento de 11,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário em 2023, com destaque para o segmento vegetal, que deve crescer 14,2%, enquanto o segmento animal deve crescer apenas 0,8%, devido à desaceleração da produção de suínos e cenário adverso para o leite.
A produção de soja deve crescer 21,3%, enquanto milho e café terão aumento de 10,2% e 5,7%, respectivamente. No entanto, arroz e trigo têm projeções de queda de 6% e 13,8%.
Em 2022, o PIB do segmento agropecuário caiu 1,7%, devido à quebra de 11,4% na safra de soja e à redução de 5,3% na produção de leite.
Prejuízo nos correios
A reunião do Conselho de Administração dos Correios, agendada para 24 de março de 2023, marcará a mudança no comando da estatal e a avaliação de suas contas. O balanço de 2022 registra um resultado líquido negativo de R$ 809 milhões, devido a um provisionamento de R$ 1 bilhão referente a processos judiciais.
O novo presidente dos Correios, Fabiano Silva, ressalta que, apesar do resultado negativo, a empresa é sólida, com um caixa robusto e saudável, e não precisa de aportes do Tesouro. A receita com encomendas caiu de R$ 12,5 bilhões em 2021 para R$ 10,5 bilhões em 2022, enquanto a receita com serviços postais segue em declínio.
A receita com serviços internacionais, no entanto, cresceu. O governo de Lula já informou que não privatizará os Correios, proposta que foi enviada por Bolsonaro ao Congresso e está parada.