Caruso avalia que dados recentes sugerem risco baixo de um recessão nos Estados Unidos nos próximos quatro trimestres. Em um horizonte mais longo, no entanto, considera que o combate à inflação pode provocar uma retração da atividade econômica.
“Acho difícil fugir disso em algum momento a partir de 2023”, afirmou, durante participação no Broadcast Live desta quinta-feira.
O economista cita o desemprego ainda baixo – em 3,6% no mês passado e o ainda sólido balanço de famílias e empresas. Segundo ele, o aperto das condições financeiras tende a demorar algum tempo até que se reflitam nos indicadores macroeconômicos. “Na economia real, não tem por que esperar recessão nos próximos quatro trimestres”, disse.
Após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) subir juros em 75 pontos-base na semana passada, Caruso entende que a autoridade monetária deve promover novo aumento da mesma magnitude no próximo encontro, em setembro. Para ele, a taxa básica deve terminar o ciclo de aperto atual mais perto de 5% do que dos 3,5% precificado na curva de rendimentos atualmente. “Ainda há um longo caminho a ser percorrido”, destacou.
No entendimento de Cavaca, da Warren Asset Management, o aperto monetário nos EUA deve manter a pressão de alta do dólar ante o real. Para ele, além da aumento dos juros americanos, o câmbio brasileiro será influenciado ainda por incertezas na política fiscal. “Minha expectativa é de alta do dólar até o final do ano, mas acho que estamos em um patamar de pouco mais equilíbrio do que o visto no ano passado”, ressalta.
Cavaca argumentou que o aperto monetário pode provocar uma forte desaceleração da maior economia do planeta, mas que explicou que os riscos de recessão são mais para o longo prazo.