O risco país da Argentina avança nesta quinta-feira e os preços de seus bônus recuam, com alguns investidores se desfazendo desses papéis, em quadro de cautela nos mercados com o país. A imprensa local comenta que o movimento ocorre um dia após o ministro da Economia, Martín Guzmán, apresentar a governadores a proposta do governo do presidente Alberto Fernández para fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo o jornal Ámbito Financiero, o risco país subia 1,4% hoje, a 1.755 pontos. A publicação informava que a proposta argentina inclui uma consolidação fiscal gradual, uma menor emissão monetária para financiar o Tesouro, o estabelecimento de taxas de juros reais positivas e um câmbio real consistente, com superávit comercial.
De acordo com o relato dessa publicação, Guzmán comentou que a divergência com o FMI está centrada na trajetória fiscal.
O ministro disse que o governo almeja reduzir o déficit e ao mesmo tempo garantir que o Estado tenha um papel contracíclico para apoiar a recuperação da economia.
Outro jornal local, Cronista, qualifica o quadro local nos mercados como “quinta-feira negra”. A publicação notou que Fernández, Guzmán e a porta-voz do governo afirmaram que não estão dispostos a ceder na questão fiscal, o que deixa investidores pessimistas sobre as conversas.
O diário diz ainda que as declarações do ministro sugerem que o acordo contempla desembolsos para cobrir a dívida já existente com o Fundo, portanto não haveria financiamento extra sendo agora discutido.