A recuperação do mercado de trabalho e medidas de transferência de renda por parte do governo devem alavancar a carteira de pessoas físicas, para a qual a projeção é de alta de 1,4% em relação a maio. Tanto na carteira de recursos direcionados quanto na de recursos livres, o crescimento mensal deve ser da mesma magnitude (+1,4%).
Em 12 meses, o saldo de empréstimos para pessoas físicas deve aumentar 21,7%, uma leve desaceleração em relação aos 21,9% de aumento projetados para maio.
“Temos um primeiro semestre com um cenário de continuidade do forte ritmo de crescimento do crédito, que seguem em patamar elevado, acima de dois dígitos, mostrando que os bancos continuam ofertando crédito em um ritmo importante para famílias e empresas”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban.
Se confirmados pela divulgação da nota de crédito do Banco Central, de acordo com ele, os números reforçam a expectativa de um bom desempenho da atividade econômica no segundo semestre deste ano.
Na carteira de pessoas jurídicas, a expansão deve ser mais branda, de 0,8% em relação a maio. Por outro lado, a expansão em 12 meses deve acelerar de 8,9% no mês anterior para 9,8% em junho, de acordo com o levantamento.
Concessões
A Febraban projeta ainda que as concessões de crédito devem cair 2% em junho na comparação com maio, devido à menor quantidade de dias úteis. Com o ajuste deste fator, a expectativa é de alta de 2,6%. Em 12 meses, a pesquisa aponta para alta de 23,2% das concessões, ritmo também mais moderado que o de maio (+24,5%).
As concessões para pessoas físicas, com ajuste por dias úteis, devem subir 3% em junho, puxadas pelo crédito rural, diante do início da preparação dos produtores para o Plano Safra 2022/2023, de acordo com a entidade. Em um ano, a alta deve ser de 22,7%.
Para pessoas jurídicas, projeta-se alta de 2,2% no mês, e de 23,8% em um ano, o que pode refletir em parte a liberação de programas públicos de crédito no final do período, como a nova rodada do Pronampe.
A pesquisa da Febraban é divulgada todos os meses, e serve como uma espécie de prévia para a nota de crédito do BC. As projeções são feitas como base nos dados consolidados dos principais bancos do País, que representam de 38% a 88% do saldo do SFN, a depender da linha, e também levam em conta variáveis macroeconômicas.