Os lucros crescentes da Aramco – que na semana passada ultrapassou a Apple e tomou o posto de empresa mais valiosa do mundo – são um exemplo de como a invasão da Ucrânia e o aumento dos preços do petróleo impulsionaram as fortunas de petroestados como a Arábia Saudita. Com os preços do petróleo subindo até US$ 139 por barril nos últimos meses e consistentemente acima de US$ 100, a Arábia Saudita teve seu crescimento econômico mais rápido em uma década.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 9,6% na comparação anual do primeiro trimestre, segundo a autoridade de estatísticas saudita. A consultoria Capital Economics, com sede em Londres, estima que a economia saudita crescerá cerca de 10% este ano. Isso é muito mais forte do que o crescimento de 6,3% atualmente esperado pelo consenso, disse.
Embora o reino esteja tentando se diversificar do petróleo, a Aramco continua sendo o motor de sua economia. A empresa bombeou uma média de 10,2 milhões de barris por dia entre janeiro e março, mais do que qualquer outra empresa no mundo.
A Aramco manteve seu dividendo trimestral, uma fonte vital de receita para o governo saudita, inalterado em US$ 18,8 bilhões e aprovou a distribuição de uma ação bônus para cada 10 ações detidas na empresa.
O governo saudita, com uma participação de mais de 94% na Aramco, procurou monetizar os enormes ativos petrolíferos do país e usar os recursos para investir em indústrias fora do petróleo como parte do plano do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman de reestruturar a economia até 2030.
Para ajudar a atingir esse objetivo, o príncipe Mohammed encarregou o Fundo de Investimento Público do reino de investir em empresas e indústrias não vinculadas a hidrocarbonetos. O governo também transferiu os US$ 29,4 bilhões que levantou da oferta pública inicial da Aramco na bolsa de valores saudita em 2019 para o Fundo, além de cerca de US$ 80 bilhões em ações da Aramco.
(Com Dow Jones Newswires)