Essa foi a terceira tentativa de vender o lote de debêntures da Anglo, que ficou com Eike após a companhia comprar o projeto de mineração Minas-Rio, da própria MMX, em 2008.
Os títulos foram “descobertos” em 2021, dentro do emaranhado de companhias criadas pelo empresário para controlar a MMX. Eles foram parar na massa falida porque, na recuperação judicial da MMX, que corre no Tribunal de Justiça de Minas (TJ-MG), foi dada autorização para que bens do patrimônio pessoal de Eike e de outras empresas ligadas a ele fossem incluídos no processo.
Neste segundo leilão judicial – a primeira tentativa foi uma venda direta, em 2021 -, o lance mínimo era de R$ 1,25 bilhão. As maiores dívidas conhecidas de Eike somam cerca de R$ 2 bilhões – R$ 1,2 bilhão da falência da MMX e aproximadamente R$ 800 milhões do acordo de delação fechado no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava Jato. Há, porém, incerteza em relação ao passivo tributário. A União cobra R$ 3,5 bilhões, mas esse débito é passível de recurso e não tem prazo para ser pago.
O banco BR Partners e a gestora Mogno foram os assessores financeiros do processo.
Histórico
No início de julho, o primeiro leilão judicial também fracassou. Nesse certame, o lance mínimo era de US$ 350 milhões, cerca de R$ 1,8 bilhão pelo câmbio mais recente. Esse valor foi definido com base na proposta feita pelo RC Group, que foi levada por Eike ao processo de falência e motivou a convocação do primeiro leilão judicial. No entanto, na conclusão do certame, no início de julho, o RC Group não deu as garantias de que faria o pagamento.
A colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, revelou que a firma pertence a Renato Costa, empresário brasileiro radicado nos EUA e que responderia a pelo menos 18 processos no Brasil. Em nota, o RC Group lamentou informações sobre a empresa publicadas pela imprensa.
“O RC Group atuando em nome de investidores internacionais identificou como boa a oportunidade de aquisição das debêntures de Eike Batista. Todavia, observando recente deliberação do mesmo grupo de investidores, o RC Group declinou da participação no leilão”, diz a nota, enviada pela assessoria de imprensa da empresa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.