Requerimentos apresentados pela oposição e que integram o chamado kit-obstrução deixaram claro que não há quórum para aprovar a PEC. Por ser uma emenda à Constituição, é preciso de, no mínimo, 308 votos. Um deles foi derrotado por 256 a 163 e outro por 253 a 174. O governo quer, no mínimo, 490 deputados presentes no plenário para evitar uma derrota.
Líderes ouvidos pelo Broadcast, no entanto, consideram remota a possibilidade de ter um quórum elevado amanhã. As quintas-feiras costumam ser dias esvaziados no Congresso, já que muitos parlamentares retornam para suas bases nesse dia.
Esta é a primeira semana em que os deputados são obrigados a comparecer a Brasília desde março de 2020, quando teve início a pandemia de covid-19 e a Câmara adotou as votações remotas. Eles poderão votar no plenário, diretamente de seus gabinetes e por totens espalhados na Casa, mas terão de estar fisicamente no Congresso.
Mesmo com ameaça de corte de salários, muitos congressistas não retornaram a Brasília e, sem poder marcar presença a distância, desfalcaram o quórum necessário para que o texto fosse à votação com maior segurança de um placar favorável.
Na semana passada, Lira levou ao plenário a votação de uma PEC para fazer mudanças no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e acabou sofrendo uma derrota, por 297 a 182 – faltaram, portanto, 11 votos, mesmo numa votação remota em que cada parlamentar poderia votar de casa e até em outro Estado.
Caso a votação da PEC dos precatórios fique para a semana que vem, o cenário é mais delicado, pois há feriado e o próprio presidente da Câmara e seu vice, Marcelo Ramos (PL-AM), devem viajar para a COP-26.