O salto nos preços de commodities ocorre após uma declaração no fim de semana do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, de que os EUA e parceiros da Europa discutem a proibição de importar petróleo russo. Caso isso seja decidido, um embargo marcaria uma mudança de nível na resposta do Ocidente à guerra russa na Ucrânia. Washington e aliados têm imposto sanções contra o sistema financeiro russo e sua elite, mas até agora pouparam o setor de energia, por temer o impacto entre eleitores diante de preços mais altos de gasolina e calefação.
Operadores de petróleo se preparavam para problemas imediatos nos mercados de energia, caso as empresas do Ocidente recebam ordem de desistir do petróleo da Rússia, terceiro maior produtor global, após EUA e Arábia Saudita, e buscar alternativas.
Antes da guerra, as exportações da Rússia de petróleo e refinados atendiam cerca de 7,5% da demanda mundial por petróleo. Mas após o presidente Vladimir Putin invadir a Ucrânia no fim de fevereiro, muitas refinarias deram uma pausa nas importações. Elas enfrentam dificuldades para conseguir financiamento e navios-tanque para cargas de petróleo russo, e temem danos à reputação, além de sanções.
Os EUA são bem menos dependentes que a Europa da energia russa, mas cerca de 8% de suas importações de petróleo e refinados vieram do país no ano passado. A Europa teria um desafio ainda maior e precisaria comprar mais petróleo do Mar do Norte, do oeste africano e do Oriente Médio. Sócio fundador da Energy Aspects, Amrita Sen, porém, alerta que mudar a demanda de um lugar para outro no mercado de petróleo não é algo simples.