“O movimento trouxe o primeiro resultado: somente com a greve acontecendo é que obtivemos a primeira reunião oficial com o governo”, disse, em nota o presidente do Sinal, Fábio Faiad. “Queremos a apresentação de uma proposta oficial por parte do governo. Se não houver proposta oficial, a nossa resposta deve ser a manutenção e a intensificação da greve.”
Faiad disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a categoria está disposta a negociar e que pode conversar sobre um reajuste menor do que o pedido em conjunto com outras correções, como o aumento do vale alimentação e diárias. “A ideia é abrir o canal de negociação para achar alternativa, inovação, criatividade no processo. O problema é que o governo não abriu negociação. A primeira reunião vai ser agora.”
A greve dos servidores já impacta diversas divulgações importantes do BC, como o Boletim Focus, o fluxo cambial e as estatísticas de setor externo, crédito e fiscais. O órgão cancelou as publicações nos dias que estavam programadas e ainda não indicou novas datas.
Em reunião na última sexta-feira, os sindicatos que representam a categoria e a administração do BC decidiram que o Pix, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e as mesas de operação seriam considerados serviços essenciais e seriam mantidos em esquema de contingência durante a mobilização. Mas ainda há questões em aberto a serem discutidas em nova reunião nesta segunda-feira, segundo o presidente do Sinal.
“Vai ter briga a semana inteira. Não está fechada, porque colocaram Museu de Valores e atividades burocráticas que não fazem sentido nessa lista de serviços essenciais. Manter serviços essenciais é correto e os servidores têm responsabilidade de fazê-lo. Mas Museu de Valores do BC a essa altura do campeonato soou como provocação desnecessária da diretoria do banco”, disse Faiad.
Segundo o Sinal, cerca 725 comissionados abandonaram seus cargos e a expectativa de adesão à greve é de 60% do quadro de pessoal da autarquia. O BC tem 3.500 servidores.