Só que há poucos dias Stuhlberger jantou, ao lado de outros empresários, com Lula. Viu que o ex-presidente (e novamente candidato) tinha um olhar de quem acreditava no que dizia: a ideia é aumentar o salário mínimo para que a população volte ao consumo, os empresários ganhem dinheiro e a economia cresça. “Ele está falando sério e quer melhorar o Brasil dentro da visão que ele tem”, disse Stuhlberger, em evento ontem da Verde.
O problema são os efeitos posteriores que as boas intenções escondem, como mostrou em números o economista-chefe da gestora, Daniel Leichsenring. O aumento do salário mínimo em 80% em termos reais, no governo Lula, e em 10% no governo Dilma resultou na explosão do déficit público, por conta do impacto na Previdência. Por esse e outros motivos, o País namorou com a insolvência no fim do governo Dilma.
Somado ao aumento do número de funcionários públicos, ao crédito público oferecido via BNDES e ao uso das estatais, a conclusão foi de mau uso do dinheiro público, segundo ele. “O desastre petista teve como consequência defasada da má alocação de capital o Brasil crescendo 0,5% menos do que a América Latina”, afirmou Leichsenring.
Não que a alternativa nas urnas seja melhor, segundo os profissionais da Verde. Do mesmo modo que Lula, Bolsonaro e o atual Congresso querem o fim do teto dos gastos. O presidente também é visto coMo alguém que atua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e ataca as reformas feitas no governo Michel Temer – que tentaram afastar o País da beira da insolvência.
Para Stuhlberger, ao contrário das eleições anteriores pós-redemocratização, esta não é considerada binária, no sentido de candidatos mais à esquerda ou à direita. “O mercado considera que os dois candidatos são ruins, cada um a seu jeito”, afirmou. “Usando uma linguagem não minha, mas das ruas, ‘é um psicopata contra um incompetente bem intencionado’.”
Para a gestora, a terceira via perdeu timing de lançamento de candidatura. A saída prematura, na visão da Verde, de Sergio Moro fez com que Bolsonaro recuperasse sua popularidade precocemente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.