Freitas, que terá que se desincompatibilizar do cargo no próximo dia 2 de abril para poder concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, já disse estar sentindo certa nostalgia, saudade do cargo, o que tem tornado difícil para ele falar de infraestrutura.
“Está sendo difícil falar de infraestrutura porque já estou me despedindo. Ontem estava no trecho e já estou começando a sentir saudades. Comecei no ministério fazendo leilões e vou terminar, amanhã, fazendo leilões. Já bate aquela nostalgia”, disse o ministro ao se referir ao leilão do Porto de Vitória que ocorrerá na B3 nesta quarta-feira, 30.
Numa espécie de prestação de contas do trabalho feito nos últimos três anos à frente da Infraestrutura, o ministro disse que nem mesmo os mais atentos sabem o que foi feito nesse período.
“Infraestrutura é questão de Estado, demora para aparecer os resultados. Mas fizemos nestes três anos 136 leilões e contratamos mais de 834 bilhões (de reais) em investimentos”, disse Freitas, reiterando o que já vem falando há algum tempo de que “o Brasil vai virar um grande canteiro de obras.
E de acordo com o ministro, essas obras vão começar a tomar corpo no quarto ou quinto ano de concessões.
“É sem precedente o que ocorrerá”, disse Freitas, emendando que duas máximas antigas em infraestrutura estão ficando no passado: uma é que o Brasil não se planeja; a outra é que o Brasil, em questão de infraestrutura, não sabe fazer projetos.
“Pela primeira vez estão sendo considerados os passageiros. Antes, os projetos eram considerados de capacidade infinita. Isso é planejamento. A outra era de que não sabíamos fazer projetos. Agora fazemos bons projetos e toda vez que lançamos um, o investidor estrangeiro vem”, disse o ministro.
De acordo com ele, hoje se faz outorga variável, que vira liquidez dentro do projeto e mitiga as variações cambiais.
“Estamos trabalhando com leilões híbridos que partem de uma menor tarifa e maior desconto. E os lucros não vão mais para o Tesouro, mas voltam para investimentos no projeto. Na rodovia Presidente Dutra, por exemplo, colocamos R$ 15 bilhões e o deslocamento do Rio para São Paulo caiu de R$ 70,00 para R$ 46,00”, disse o ministro.