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Taxas de juros fecham em alta, com exterior e peso fiscal

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Estadão Conteúdos

A disparada dos rendimentos dos Treasuries nesta volta de feriado nos Estados Unidos amplificou o mau humor com ativos domésticos nesta terça-feira, içando o dólar e, consequentemente, a curva de juros em seus vencimentos mais longos. Enquanto no exterior a percepção é de que o aumento de taxas pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) ocorrerá em breve, aqui no Brasil a inclinação “hawkish” do Banco Central se soma a dúvidas quanto à situação fiscal dos próximos anos, potencializadas pela pressão de servidores por reajustes.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 12,027% na segunda-feira a 12,085% (regular, na máxima) e 12,080% (estendida). O janeiro 2025 passou de 11,413% a 11,47%(regular) e 11,48% (estendida). O janeiro 2027 foi de 11,412% a 11,45% (regular e estendida). E o janeiro 2031 avançou de 11,521% a 11,57% (regular e estendida).

Depois de titubear na manhã, a curva acabou encontrando uma posição clara na etapa da tarde. O cenário externo, com o Fed sinalizando nos últimos dias que o ajuste da política monetária será forte, foi o grande catalisador da alta generalizada das taxas. Com o retorno dos investidores americanos às negociações nesta terça, após o feriado prolongado de Martin Luther King, o dia foi de ajustes lá fora, com impacto aqui no Brasil.

Não houve um gatilho específico, mas apenas a percepção dos investidores de que está cada vez mais à mesa do Fed a opção por um endurecimento da política monetária. A inflação norte-americana está na máxima em 40 anos e não dá sinal de trégua, ao passo que a atividade econômica tem mostrado cada vez mais resiliência.

Assim, o retorno da T-note de 10 anos escalou até 1,86%, na máxima em dois anos, ou seja, no período pré-pandêmico. Com este chacoalhão da referência global, o dólar seguiu uma trajetória de alta generalizada, impactando, desta forma, nas taxas brasileiras.

O mercado monitorou o dia de atos dos servidores federais por reajustes salariais, movimento que ganhou força depois de o governo Jair Bolsonaro articular um aumento apenas para forças policiais, sua base de apoio. Nem mesmo declarações de aliados do governo minimizando as manifestações desta terça-feira acalmaram os ânimos dos investidores.