Notícias

Notícias

Taxas de juros sobem com realização de lucros estimulada pelo exterior

Por
Estadão Conteúdos

Os juros futuros fecharam em alta, em movimento de realização de lucros, após não conseguir, nos últimos dias, sustentar a correção até o fechamento. A ponta longa chegou a reduzir pontualmente o ritmo após a leitura inicialmente “dovish” da ata do Federal Reserve, estrela da agenda, em linha com a perda também momentânea de gás dos retornos dos Treasuries e do dólar, mas depois retomou o fôlego.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,71%, estável ante o ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,76% para 12,87%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,87%, de 11,69%, e a do DI para janeiro de 2027 avançou a 11,60%, de 11,41%.

A recomposição de prêmios na curva foi vista logo cedo, alinhada à trajetória dos Treasuries e com o câmbio pressionado. O mercado então aproveitou para ajustar as taxas que, desde as máximas atingidas em meados de julho, passaram a cair com força e agora ficaram bastante descontadas. A mensagem do Copom de que o ciclo de altas da Selic provavelmente terminou na reunião do Copom em agosto levantou o debate sobre o início do processo de cortes e provocou um rali na curva via entrada de fluxo estrangeiro.

A ata do Fed, que saiu às 15 horas, teve um efeito leve sobre os contratos de 2027 em diante, que acompanharam a reação positiva dos demais ativos, mas que também se dissipou posteriormente. “Teve uma primeira leitura ‘dove’, mas, num olhar mais detalhado, há mensagens para os dois lados”, afirma a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, sobre o documento, citando, por exemplo, as menções da autoridade monetária à robustez do mercado de trabalho.

Os dirigentes disseram ser “adequado” manter um nível restritivo na política “por algum tempo”, mas que, mais adiante, será possível reduzir o ritmo das altas. Por outro lado, consideram os níveis de inflação estão inaceitavelmente elevados e que o aperto monetário pode reduzir o ritmo de crescimento, mas consideram ser “crucial” levar a inflação à meta de 2%. No monitoramento do CME Group, a possibilidade de uma elevação de 50 pontos-base nos juros na reunião de setembro ganhou força. Após a ata, estava em 59,5%, de 52,5% pouco antes da publicação do documento.

Internamente, a agenda trouxe apenas o IGP-10 de agosto, com deflação de 0,69%, ante alta de 0,60% em julho. O resultado veio abaixo da mediana das estimativas (-0,60%) endossando a percepção de que a Selic deve permanecer em 13,75% nos próximos meses.