O contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2023 cedeu de 12,168% no ajuste de ontem a 12,13% (regular) e 12,125% (estendida). O janeiro 2025 recuou de 11,103% a 10,99% (regular) e 10,97% (estendida). E o janeiro 2027 passou de 11,102% a 10,98% (regular) e 10,95% (estendida). No caso desse último, é a primeira vez desde 3 de janeiro que a taxa de ajuste fica abaixo da marca de 11%.
Em termos de liquidez, o dia teve menos negócios, como praxe em vésperas de Copom. O janeiro 2023 movimentou 400 mil contratos, ante mais de 1 milhão na quarta-feira passada; o janeiro 2025, 221 mil contratos, ante 335 mil; e o janeiro 2027, 87 mil contratos, ante 154 mil.
Agentes do mercado de juros lembram que, devido à menor movimentação, a intensidade dos ajustes na curva acaba sendo maior. Isso explicaria, em parte, a redução dos prêmios em maior ritmo hoje em alguns vértices.
No caso dos mais curtos, sobretudo, a percepção é que os dirigentes do BC vão gradualmente colocar o pé no freio.
“O mercado está na dúvida quanto ao comunicado para ver o que vai precificar. A percepção é que talvez o Copom devesse diminuir o ritmo de alta, senão o estrago na economia seria muito danoso”, observa o gerente da mesa de renda fixa da CM Capital, Jefferson Lima. Lima acredita que o BC começará a reduzir o ritmo de alta em março. A CM trabalha com uma Selic terminal de 12,25%.
No modelo do professor Alexandre Cabral, a curva aponta para 108 pontos-base de alta, ou seja, 60% de chance de um aumento de 1 pp em março e 40%, de 1,25 pp. Para maio, o residual aponta para uma Selic entre 12% (45% de chance) e 12,25% (55%). O nível de 12,25% é praticamente unânime na aposta para a virada do ano.
Para amanhã, além das atenções voltadas aos sinais do Copom, os agentes também monitorarão o leilão do Tesouro. Serão ofertadas NTN-Fs para 01/01/2029 e 01/01/2033, além de LTNs para 01/04/2023, 01/04/2024 e 01/07/2025.
O debate fiscal hoje, que tende a impactar a curva longa, acabou ficando de lado nos negócios. Mais cedo, a repórter Lorenna Rodrigues apurou que a equipe econômica estuda reduzir as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) linearmente em 15% a 30%.