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Turquia: sob pressão política, BC volta a cortar juros, apesar de inflação alta

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Estadão Conteúdos

O Banco Central (BC) da Turquia (CBRT, na sigla em inglês) anunciou, nesta quinta-feira, corte da taxa básica de juros em um ponto porcentual, de 15% a 14%, apesar da persistente escalada inflacionária no país. A decisão reforça a desconfiança nos mercados financeiros de pressão política do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre o BC local. Nas últimas semanas, Erdogan tem reiterado oposição ao aperto da política monetária, com defesa de políticas pouco ortodoxas para conter a inflação.

Em comunicado, o banco central explicou que o corte de juros reflete o caráter transitório da aceleração dos preços, que seriam impulsionados por fatores “além do controle” monetário.

A instituição acrescentou que o impacto acumulado das decisões recentes será monitorado ao longo do primeiro trimestre de 2022, quando pretende avaliar “todos os aspectos do quadro da política a fim de criar uma base para uma estabilidade de preços sustentável”.

O CBRT assegurou ainda que usará “de forma resoluta” todos os instrumentos ao seu dispor para que a inflação retorne à meta de médio prazo de 5%. Segundo o BC, níveis razoáveis de preços afetarão positivamente a economia por meio da redução dos prêmios de risco, da reversão da substituição da moeda e do declínio permanente dos custos de financiamento. “Assim, será criado um terreno adequado para a continuação do crescimento do investimento, da produção e do emprego de forma saudável e sustentável”, pontua.

A decisão de hoje dá prosseguimento ao ciclo de redução de juros iniciado em novembro, quando a taxa básica foi diminuída de 18% a 15%. Para garantir ingerência sobre o BC, o presidente Erdogan trocou o comando da autoridade monetária e removeu membros do comitê.

Por volta das 8h20, o dólar avançava a 15,3669 liras turcas.