Na comparação com setembro do ano passado, as vendas do varejo subiram 0,6%, mas encerraram o período de julho a setembro ante o mesmo intervalo de 2021 com declínio de 1,1%.
Contudo, destaca a nota, a alta interanual fez com que o resultado acumulado no ano, estável até agosto, fosse de crescimento de 0,1%. Já no acumulado de 12 meses, menciona, a desaceleração da queda, algo que já era esperado, “foi nítida, passando de -1,6% para -1,0% entre agosto e setembro.”
A Boa Vista relembra que o desempenho das vendas do varejo costuma ser mais fraco no terceiro trimestre e que as duas quedas mensais seguidas do índice corroboram isso. Porém, cita que a expectativa é de que os resultados do quarto trimestre apontem para outra direção, para o lado da recuperação.
“De um lado, vemos que a renda média real em agosto já estava num nível acima da média do 4º trimestre do ano passado. O número de pessoas empregadas é maior, a taxa de desemprego é menor, os auxílios são maiores e a inflação está desacelerando”, argumenta o economista da Boa Vista Flávio Calife, ao lembrar que de julho a setembro houve deflação do IPCA. Esses fatores devem ter efeito positivo sobre as vendas.
Na outra ponta, pondera que o rápido aumento observado na taxa de inadimplência das famílias e os juros podem “pesar um pouco contra o varejo”, mas não devem impedir uma virada no final de ano.
“Até porque a base de comparação é mais fraca. No último trimestre do ano passado o indicador havia caído 3,4% em comparação ao 4º trimestre de 2020, e o efeito de um evento sazonal considerável como é a Copa do Mundo também não pode ser descartado”, diz Calife.