Para Jan Karsten, diretor da Anbima, esse crescimento não foi uma surpresa, mas sim um “movimento natural” com novas famílias gerando patrimônio líquido e mais recursos chegando às mãos dos gestores de patrimônio.
Segundo os dados da Anbima, os fundos de investimento seguem com o maior volume financeiro, com R$ 228,6 bilhões no ano passado ante R$ 183,1 bilhões em 2020 (+24,9%). Já o avanço das carteiras administradas foi de 16,3% no período, de R$ 80 bilhões para R$ 93,1 bilhões.
Tipo de ativo
Todos os tipos de ativos apresentaram crescimento em 2021, mas o destaque fica com a renda fixa e os multimercados. A renda fixa passou de 37,6% para 40,2% do volume financeiro total de um ano para outro. Dentro desse segmento, os títulos públicos ganharam espaço, saindo de 7,8% para 9,9% do total. Em reais, o volume financeiro da renda fixa cresceu 30,7% (de R$ 99 bilhões para R$ 129,4 bilhões), com maior presença das cotas de fundos dessa classe (R$ 37,2 bilhões). O volume alocado em fundos multimercado também cresceu dois dígitos (+22,5%), passando de um total de R$ 63,6 bilhões para R$ 77,8 bilhões, mas a classe manteve a participação porcentual (24,2%) no total distribuído.
Para o diretor da Anbima, o que chamou atenção foram as ações. O volume financeiro da renda variável cresceu 2% em 2021, de R$ 71,9 bilhões para R$ 73,3 bilhões. “Se a gente imaginar que boa parte dos fundos de ações teve performance negativa, a evolução do patrimônio líquido foi bem, apesar de tudo”, afirma Karsten. A classe, no entanto, diminuiu a participação no volume financeiro total administrado pelas gestoras de patrimônio, passando de 27,3% para 22,8%.
Outro destaque foi o “crescimento expressivo dos fundos estruturados”, tanto em distribuição (de 8,3% para 10%) quanto em volume financeiro (+46,2%), segundo Karsten. “A busca pelos fundos de private equity e do setor imobiliário geraram certa atratividade, até pelo hedge proteção natural que eles apresentam contra a inflação”, avalia o diretor da Anbima.
Distribuição pelo país
A região Sudeste foi o destaque deste ano, com o maior volume financeiro (85,5% do total) e um crescimento de 24,4% (de R$ 221,6 bilhões em 2020 para R$ 275 milhões em 2021). Em seguida, vêm as regiões Sul, com alta de 11,2% no patrimônio líquido (R$ 29,4 bilhões), Centro-Oeste (+23%, com R$ 5 bilhões), Nordeste (+8,7%, com R$ 11,1 bilhões) e Norte (+55,6%, com R$ 1,1 bilhão).