A preocupação é que, com o imposto zerado a todos combustíveis, o etanol perca competitividade, levando à migração de consumo ao combustível fóssil – na contramão, assim, do objetivo de transição energética em direção a fontes menos poluentes.
“Toda vez que se fala em redução de carga tributária, é muito importante para economia e, consequentemente, para o setor. A redução de carga tributária é boa, e como medida para controlar inflação é oportuna”, comentou Leite. “Só que precisamos ter um olhar mais atento à questão do etanol versus combustíveis fósseis”, advertiu o executivo.
Ele observou que a redução proposta na segunda-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é “aparentemente” desproporcional porque combustíveis não renováveis, pela tributação hoje maior, teriam o maior impacto em preços. O risco é haver um desequilíbrio de demanda no mercado de combustíveis, com maior consumo de gasolina.
“A utilização de etanol tem que ser preservada, e com diferencial de preços em relação a combustíveis fósseis para não haver migração”, assinalou Leite.