Seja para comprar um imóvel, planejar a aposentadoria, construir uma reserva de emergência, fazer uma viagem ou conquistar a liberdade financeira (para citar apenas alguns motivos), quem investe busca conforto.
Seguindo essa lógica, aplicar seu dinheiro em um investimento que causa estresse não faz sentido, certo? Contudo, essa situação é comum quando o investidor faz aportes em um produto que não conhece – especialmente quando oferecem possibilidade de maior rentabilidade, mas com um risco mais elevado.
É o caso dos investimentos sofisticados. Para garantir que você conheça bem quais são esses produtos, para quem se destinam e saiba identificar e se eles realmente se encaixam no seu perfil, continue a leitura deste artigo!
O que são investimentos sofisticados?
Investimentos sofisticados costumam ter um grau maior de risco, ou um valor inicial maior para aplicações. Por isso, estes produtos são, normalmente, direcionados para investidores qualificados.
No mercado financeiro, um investidor é considerado como qualificado quando:
- Possui, comprovadamente, mais de R$ 1 milhão investidos; e/ou
- Possui certificação no mercado financeiro.
Isso porque a certificação mune o investidor com conhecimentos suficientes para compreender os riscos por trás dos investimentos sofisticados. Por consequência, ele poderá investir com mais assertividade e solidez – consciente dos riscos aos quais está exposto.
Portanto, já é possível perceber que esse tipo de investimento não é indicado para todo tipo de investidor, certo?
Para entender melhor sobre o perfil de investidor mais adequado para esse investimento, você acompanhará nos próximos parágrafos o que considerar na hora de optar pelos investimentos sofisticados. Mas, antes, veremos de quais produtos estamos falando.
5 investimentos sofisticados que você deve conhecer
Confira a seguir 5 produtos do mercado financeiro que são considerados investimentos sofisticados:
CRI e CRA
Os CRIs são os Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRI), enquanto CRA é acrônimo para Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
Ambos são ativos de renda fixa de longo prazo, sendo que o primeiro é atrelado ao investimento imobiliário e o segundo ao setor agropecuário.
Eles são títulos de crédito que financiam as transações nos seus respectivos mercados (CRI no mercado imobiliário e CRA no agropecuário). Do mesmo modo, esses dois produtos sofisticados são emitidos por uma empresa securitizada.
Como explicamos neste post, em ambas as situações quem compra um dos títulos está emprestando dinheiro ao emissor. Em contrapartida, o investidor recebe o que foi emprestado, dentro de um prazo combinado, acrescido de juros.
É importante deixar claro que tanto CRIs quanto CRAs não são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e tampouco possuem garantias do governo. Ainda, o retorno dos investimentos em CRI e CRA depende da adimplência dos credores (ou seja, existe, além do risco de liquidez e de mercado, o risco de crédito).
Para saber mais sobre a rentabilidade dos Certificados, indicamos este artigo.
Debêntures
Debêntures são títulos de dívida privada emitidos por grandes companhias (sociedades anônimas) para captação de recursos no mercado (para investimentos de expansão ou realização de projetos, por exemplo).
Ao adquirir um título o investidor empresta dinheiro para a empresa emissora. Como recompensa, ele é remunerado de acordo com o prazo e em forma de juros, cuja taxa é fixada pela própria companhia.
A rentabilidade será maior na mesma proporção que se aumenta o risco de crédito da empresa emissora. Isto é, o risco de não cumprimento do emissor do título realizar o pagamento da remuneração ao investidor.
Para ter um nível de certeza que a empresa cumprirá com o que foi acordado, ela pode dar algumas garantias.
Outro ponto importante sobre debêntures é a baixa liquidez. Isso significa que, caso o investidor resolva resgatar o dinheiro antes – se isso for possível, é bem provável que perderá parte do retorno esperado.
Assim como CRIs e CRAs, as debêntures não têm garantia do FGC.
Fundos de Investimento em Participações
Também conhecidos como FIPs, o Fundo de Investimento em Participações, em uma explicação simples, faz investimentos em empresas por meio de debêntures, ações ou a partir de partilha de sociedade em empresas de capital fechado.
Nos FIPs, uma porcentagem do patrimônio líquido do fundo deve ser investido em ações, debêntures simples ou bônus de subscrição de S/As – de capital aberto ou fechado – que desenvolvam projetos em transporte, saneamento básico, água, energia e irrigação.
Os cotistas, por sua vez, têm uma participação nas companhias de capital fechado nas quais o fundo investiu. O objetivo é, portanto, ter um grupo de investidores que comprarão parte do empreendimento por meio do FIP e participarão do processo decisório da empresa em que se investiu.
É importante destacar também que os investimentos em FIPs – considerados sofisticados – possuem baixa liquidez e risco de crédito.
Fundos de Crédito Privado
Todo fundo que possua em seu patrimônio líquido a possibilidade – prevista em regulamento – de a maior parte do seu patrimônio estar aplicada em títulos de crédito privado (como CBDs de bancos, LCIs, LCAs e debêntures, por exemplo), é denominado de Fundo de Crédito Privado.
Uma das vantagens desses investimentos sofisticados é a rentabilidade, a qual pode ser maior que a CDI. Dentre os riscos, existe o de crédito.
Uma boa prática para diluir esse risco é atentar-se à diversificação da carteira do fundo.
O que considerar na hora de investir em produtos sofisticados?
Conhecidos os principais produtos classificados como investimentos sofisticados, é importante que o investidor esteja atento a alguns pontos.
O primeiro deles está relacionado ao retorno sobre o investimento. Normalmente, quem opta por investimentos sofisticados é atraído pela rentabilidade. No entanto, quanto maior a possibilidade de retorno, maior o risco.
Além do risco de crédito, que é a possibilidade de o investidor não receber a remuneração acordada e, inclusive, perder o capital investido, em muitas situações existe o risco de mercado – qual está ligado às variações nos preços dos ativos e às oscilações de mercado – como as taxas de juros, por exemplo.
A liquidez é outro item a ser considerado. Nesse sentido, é fundamental avaliar quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazo e optar por investimentos que possuam uma liquidez compatível a eles – inclusive os investimentos sofisticados.
Investimentos sofisticados são para você?
Mesmo que você possua as características necessárias para ser um investidor qualificado, é importante ter em mente que isso não significa que o investimento em produtos sofisticados seja indicado para você.
Além da complexidade desses investimentos – que devem ser avaliados com cuidado, o investidor deve entender que existem custos envolvidos – que podem, muitas vezes, ser elevados.
Geralmente, quanto mais complexo for a natureza de um produto (como é o caso dos investimentos sofisticados) mais difícil será mensurar os custos envolvidos. Por isso, na hora de identificar se estes investimentos são adequados para você, é fundamental analisar todas estas questões.
Adicionalmente, não esqueça que toda decisão de investimento depende dos seus objetivos com o investimento e do seu perfil de investidor. Lembre-se sempre que sua carteira deve ser composta por produtos que estejam de acordo com o seu planejamento.
Desta maneira ficará muito mais fácil avaliar com critério as opções de investimentos sofisticados disponíveis no mercado e verificar se, mesmo sendo um investidor qualificado, estas alternativas fazem sentido para você.
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