A Ecorodovias fez uma proposta de desconto de 10,6% na tarifa básica e encerrou sua participação no leilão.
Com isso, a CCR continua a administrar a rodovia por mais 30 anos e vai fazer investimentos de R$ 15 bilhões.
O mercado não esperava a vinda de novos investidores, mas contava com a participação daqueles que já estavam aqui, como Arteris e a gestora Pátria.
Especialistas avaliam que não houve um esforço muito grande por parte do governo para atrair novos investidores para essa disputa, como a realização de mais road shows (apresentação do projeto a investidores internacionais). Além disso, o tempo de 60 dias para se preparar para o leilão foi considerado curto.
Responsável pela movimentação de quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a Dutra é uma das melhores concessões do País por causa do tráfego e por ligar duas das regiões mais ricas do Brasil. Além disso, corta o importante polo industrial do Vale do Paraíba.
A rodovia deve servir de modelo para outras concessões que devem vir pela frente. O governo prevê a implementação de uma série de inovações como o free flow (sistema de cobrança sem praça de pedágio), programa de fidelidade para quem mais usar a estrada e Wi-Fi em toda a sua extensão.
O desafio será fazer tudo isso e reduzir em 20% a tarifa de pedágio.
Atualmente, a estrada é administrada pelo grupo CCR, que assumiu a concessão em março de 1996. Na época, a Dutra estava sucateada pela falta de investimentos, e o número de mortos em acidentes era da ordem de 500 pessoas por ano.
Nestes 25 anos, a rodovia teve muitos avanços na infraestrutura, com inúmeras obras. Mas, aos poucos, começou a enfrentar o estrangulamento das vias, sobretudo nas regiões metropolitanas.
Seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, a Dutra virou quase uma avenida, com intenso tráfego durante todo o dia na chegada às cidades.