A Força Aérea Brasileira (FAB) reduziu o contrato de aquisição de 28 para 15 unidades do cargueiro, como informou o Estadão. Ele foi assinado por R$ 7,2 bilhões, em 2014. A Embraer disse que vai buscar as medidas legais para o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato e estudar impactos quando notificada da decisão.
“Conversei com o comandante da Força Aérea, brigadeiro Baptista, ele não tem como comprar tudo aquilo. Temos que ter uma frota que possamos mantê-la operacional. Não pode comprar avião como carro, que pode estar na garagem ele tem que se movimentar, isso custa caro, o orçamento da Força Aérea está apertado também”, relatou Bolsonaro. “Não é rompendo contrato, é buscando uma negociação com bastante antecedência.”
Bolsonaro minimizou impactos da decisão da FAB para a Embraer sob o argumento de que “avião não faz de uma hora para outra”. Também disse que não faltará mercado à companhia e que a desistência da FAB não abalará a imagem do KC-390 no mercado. Quando do lançamento do projeto, um dos estratégicos da Defesa nacional, estimava-se um mercado a explorar de 700 aeronaves em todo o mundo.
“A Embraer é uma potência, não vai ter esse tipo de problema. Mercado não falta para a gente. Não vai ser por falta de mercado que ela não vai trabalhar”, disse Bolsonaro.
O presidente também revelou que os Emirados Árabes têm interesse em adquirir o KC-390 e que chegou a planejar desembarcar em Dubai a bordo do cargueiro, para promover as vendas. Ele usou, porém, o avião Airbus da frota presidencial.
Em outra ação promocional, Bolsonaro disse que planeja saltar de paraquedas de um KC-390 e aterrissar no Lago Paranoá, em Brasília, mas que a ideia sofre resistência de assessores. O salto não tem data marcada, segundo ele.
“Tem uma queda de braço da Defesa muito grande, alguns não querem que eu tenha algum problema”, disse Bolsonaro, que foi paraquedista no Exército.
O KC-390 foi projetado pela Embraer em parceria com a FAB e com participação de empresas tchecas, portuguesas, argentinas e brasileiras. A Embraer já assinou encomendas de Portugal (cinco aviões) e Hungria (dois aviões). Somente a FAB já recebeu quatro KC-390, e Portugal deverá receber a primeira aeronave, em fase de montagem, em 2023.