Nem mesmo dados da atividade da China melhores do que o esperado em outubro animam o Ibovespa, que fechou em queda de 1,17% na sexta-feira, aos 106.334.54 pontos. Ontem, quando ficou fechada, as bolsas americanas encerraram o pregão perto da estabilidade, em meio a temores inflacionários. As ações da Vale e de outras mineradoras e siderúrgicas cedem, apesar da alta de 1,11% do minério de ferro na China
Também nos EUA, houve melhora das vendas do varejo, com aumento de 1,7% em outubro, ante previsão de alta de 1,5%, provocando máximas nos títulos americanos e deixando os índices futuros próximos da estabilidade.
Em meio a esses dados, a tendência, cita Luiz Araújo Fernandes, CEO da Finacap Investimentos, é o investidor buscar sinais sobre se a inflação americana será transitória, ou não, como tem afirmado muitos integrantes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
“É um fenômeno global temor com inflação e os emergentes são mais afetados, com os Bancos centrais mundiais reagindo, o que acaba por diminuir a atividade. É uma consequência natural”, afirma Fernandes.
Conforme o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, seria importante o Ibovespa ultrapassar o nível dos 107.109 mil para abrir espaço para mais altas e de forma mais consistente.
O que ajuda a limitar a queda do Ibovespa é a alta moderada das ações da Petrobras, e que seguem de olho ao noticiário da empresa. A Petrobras fez acordo com a Yinson Production para afretamento e prestação de serviços. Já a Embraer anunciou perspectivas de mercado para entregas de aeronaves comerciais até 2040. No fim do dia, a Eletrobras divulga seu balanço do terceiro trimestre.
Apesar de ter ficado em linha com o esperado, o IBC-Br de setembro reforçou o cenário de atividade fraca do Brasil, podendo limitar alta de ações do setor de consumo na B3, a despeito do crescimento das vendas em outubro.
Em setembro, o IBC-Br teve queda de 0,27% ante agosto e elevação de 1,52% no confronto interanual. No entanto, o Banco Central revisou resultados anteriores para pior, em sua maioria.
Para os próximos meses, apesar da possibilidade de recuperação de alguns subgrupos de serviços que seguem abaixo do nível pré-pandemia, o IBC-Br de setembro passa a percepção de que os riscos de curto prazo podem sobressair ao avanço destes segmentos, levando à desaceleração da atividade econômica, escreve em nota a equipe do BTG Pactual digital. “Os dados de confiança já apontam para essa direção.”, cita. O índice que mede o setor de consumo na Bolsa caía quase 1,8% perto de 11h.
Já o IGP-10 subiu 1,19% em novembro, ante queda de 0,31% em outubro. Às 9h12, o Ibovespa futuro tinha alta de 0,12%, aos 107.045 pontos.
Em contrapartida, na China, dados de varejo e da produção industrial cresceram mais do que o esperado em outubro. Os números saíram quando o Ibovespa estava fechado, por conta do feriado da Proclamação da República. Porém, é importante salientar que vários países do mundo vivem. uma nova onda de casos de covid-19, o que tende a gerar temores com o ritmo de crescimento global.
Às 11h10, o Ibovespa caía 0,75%, aos 105.541,78 pontos.