A taxa média de juros no crédito livre saltou de 30,6% ao ano em setembro para 32,8% ao ano em outubro. Em outubro de 2020, essa taxa estava em 26,5% ao ano. Com o resultado de outubro, a taxa média de juros no crédito livre acumulou alta de 7,3 pontos porcentuais nos dez primeiros meses de 2021.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 41,3% para 43,8% ao ano de setembro para outubro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 17,1% para 19,1%.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 21,6% ao ano em setembro para 23,2% ao ano em outubro. Em outubro de 2020, estava em 18,6%.
Endividamento das famílias
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central disse ainda que o crescimento do crédito para pessoas físicas ao longo de 2021 tem levado ao aumento da taxa de endividamento das famílias com as instituições financeiras.
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro voltou a aumentar em agosto, alcançando novo recorde. A taxa de endividamento medida pelo BC passou de 59,2% em julho para em 59,9% no mês seguinte. Até então, o porcentual de junho (59,6%) era o maior da série iniciada em janeiro de 2005.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 37,0% em agosto, também recorde, ante 36,5% em julho.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 30,1% em agosto, ante 29,9% em julho (dado revisado). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 27,6% no oitavo mês do ano, ante 27,5% em julho (dado revisado). “O comprometimento de renda das famílias segue estável”, completou Rocha.