Os investidores precificam ainda o viés de alta do dólar ante pares principais e algumas divisas emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano, segundo operador de câmbio.
Também pesam nos ajustes iniciais as revisões para cima da inflação (IPCA e IGP-M) e de baixa para o PIB na Pesquisa Focus do Banco Central, além da perspectiva de aumento do déficit em conta corrente do País neste ano.
No relatório Focus, a mediana apurada para o IPCA para 2022 subiu de 5,00% para 5,02%, contra 5,00% do teto da meta do ano que vem. Foi o 20º aumento consecutivo. Para 2021, a mediana subiu de 10,15% para 10,18% – a 35ª alta seguida – e já supera em quase 5 pontos porcentuais a banda superior do objetivo inflacionário deste ano (5,25%). O relatório também vem mostrando aumento da desancoragem em horizontes mais longos. A expectativa para o IPCA em 2023 subiu de 3,42% para 3,50%, enquanto, para 2024, a mediana continuou em 3,10%.
Houve ainda nova deterioração no cenário de crescimento econômico do Brasil. A redução na previsão mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi de 4,78% para 4,71%. Há quatro semanas, estava em 4,93%. Para 2022, a projeção de expansão do PIB recuou de 0,58% para 0,51%. Há um mês, estava em 1,00%.
A semana de Copom começa com o mercado atento ainda a declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre redução de preços de combustíveis, sem dar detalhes. Para a decisão do Copom, a precificação da curva de juros apontou, na sexta-feira, 100% de chances de alta de 1,5 ponto porcentual nas próximas três reuniões do Copom. sendo para esta semana esperada a quinta elevação consecutiva da Selic, dos atuais 7,75% para 9,25% ao ano. Na semana também serão conhecidos o IGP-DI de novembro, na terça e o IPCA de novembro, na sexta-feira.
Às 9h32 desta segunda, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 5,6775. O dólar futuro para janeiro subia 0,39%, a R$ 5,7085.