“A substituição de combustíveis fósseis por tecnologias de baixo carbono exigiria um aumento de oito vezes nos investimentos em renováveis e causaria um forte aumento na demanda por metais”, aponta o FMI. No entanto, o desenvolvimento de minas é um processo que leva tempo – geralmente uma década ou mais – e apresenta desafios. Dado o aumento projetado até 2050, as taxas de produção atuais de grafite, cobalto, vanádio e níquel parecem inadequadas, mostrando lacuna de mais de 66% em relação à demanda, enquanto os suprimentos atuais de cobre, lítio e platina também são inadequados, com faltas de 30 a 40%, aponta.
Para alguns, as reservas existentes permitiriam uma maior produção com mais investimentos em extração, como para grafite e vanádio, aponta o FMI, enquanto para outros, as reservas atuais podem ser uma restrição na demanda futura – especialmente lítio e chumbo, mas também para zinco, prata e silício. O relatório lembra que as empresas podem expandir as reservas por meio da inovação na extração e mais esforços podem levar ao aumento do suprimento futuro de metais. Além disso, a reciclagem também pode aumentar o abastecimento, e, atualmente, a reutilização de sucata só ocorre em grande escala para cobre e níquel, mas está aumentando para materiais mais escassos, como lítio e cobalto.
Outro alerta do organismo é para a concentração em determinados países, caso da República Democrática do Congo, que responde por cerca de 70% da produção de cobalto e metade das reservas. Riscos semelhantes se aplicam à China, Chile e África do Sul, com quebras ou interrupções em suas instituições, regulamentos ou políticas podendo complicar o crescimento da oferta, aponta o FMI.
Um desafio relacionado é o financiamento insuficiente para investimentos em metais e mineração devido ao crescente foco do investidor em considerações ESG. A mineração envolve impactos ambientais e alimenta o aquecimento global, lembra o FMI. “Embora os depósitos sejam amplamente suficientes, o aumento necessário no investimento e nas operações de mineração pode ser desafiador para alguns metais e pode ser prejudicado por riscos específicos do mercado ou do país”, conclui o FMI.