O dólar operou sem sinal único hoje ante rivais, em mais uma sessão marcada pela variante Ômicron do coronavírus, com retomada do apetite por riscos. No Reino Unido e no Japão, pacotes em virtude da pandemia estiveram entre as principais notícias do dia, repercutindo na libra e no iene. Entre emergentes, a forte recuperação iniciada ontem da lira turca prosseguiu hoje, e analistas buscam compreender quais deverão ser os impactos das medidas de proteção que o governo anunciou para proteger a moeda local.
O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, caiu 0,06%, a 96,491 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ US$ 1,1281 e a libra, a US$ 1,3269, enquanto do dólar subia a 114,11 ienes.
Para o BBH, na sessão de hoje, o dólar está um pouco mais fraco à medida que os impulsos para evitar o risco diminuem. “Provavelmente estamos em um período de consolidação, por enquanto, devido à falta de novos drivers importantes. Olhando para um janeiro agitado, acreditamos que a tendência subjacente de um dólar mais forte permanece intacta”, projeta o banco. Para o ING, “os mercados também monitorarão o debate em andamento em Washington em torno do projeto de lei de despesas de Biden, onde mais oposição ao projeto poderia manter o dólar sob controle”. No caso do euro, o banco espera que o calendário da moeda comum seja deve silencioso nas próximas semanas, o que ajudaria a consolidar a moeda em torno do nível US$ 1,13 no novo ano.
A notícia de que o governo do Japão vai liberar um pacote de US$ 317 bilhões para dar suporte à economia após a crise sanitária impactou a moeda local. Medida similar foi anunciada nesta manhã por autoridades do Reino Unido, que prometeram 1 bilhão de libras aos setores de hospitalidade e lazer, fortemente atingidos pelas medidas sanitárias postas em prática para conter a nova cepa do coronavírus.
No fim da tarde, o dólar se desvalorizava a 12,4339 liras, depois do anúncio do plano que compensa os detentores de depósitos na moeda por perdas nas taxas de câmbio. Para a Capital Economics, a ação desencadeou uma forte valorização da lira e poderá ajudar a mitigar alguns dos riscos que começaram a se cristalizar no setor bancário. Apesar do otimismo, a consultoria destaca que a “política empurra os riscos cambiais para as finanças públicas – até agora um ponto forte da economia”. Já o peso chileno teve uma sessão próxima da estabilidade ante o dólar, que era cotado a 871,73 unidades, seguindo uma desvalorização forte após a eleição de Gabriel Boric para a presidência do país.