A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,795% (regular) e 11,775 (estendida), de 11,821% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 10,692% para 10,60% (regular e estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxas de 10,61% (regular) e 11,57% (estendida), de 10,591% ontem.
“Hoje temos basicamente a puxada do dólar para baixo para explicar o DI, além dos aspectos fiscais mais positivos”, resumiu o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, que lembra ainda que em fim de mês, de trimestre, e de ano, “o que não falta hoje é ‘fim’ para puxar ajustes de posições dos fundos”.
Se ontem a moeda americana, ao se aproximar dos R$ 5,70, levou consigo os DIs, hoje era dia de devolver. O dólar passou boa parte da sessão abaixo dos R$ 5,60 para fechar em R$ 5,5759, queda de 2,06%. Os retornos dos Treasuries, do mesmo modo, estiveram sob controle, com a taxa da T-Note de dez anos rodando à tarde abaixo de 1,52%, de 1,55% ontem.
Ainda que a perspectiva de um ano fiscal difícil em 2022 esteja mantida, os números divulgados desde ontem acabaram servindo de argumento para estancar a correção de alta da curva. Segundo o Banco Central, o superávit primário do setor público ficou em R$ 15,034 bilhões em novembro, superando em larga margem o teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de R$ 9,50 bilhões, no melhor resultado para o mês desde 2013.
“Diante da continuidade de surpresas fiscais no curto prazo, com resultados primários mais positivos do que o esperado, a perspectiva para os próximos meses tem viés de melhora”, avaliam as economistas Juliana Damasceno e Luíza Benamor, no serviço on line da Tendências Consultoria. No entanto, acrescentam que o elevado serviço da dívida representa uma ameaça para a sustentabilidade fiscal, dadas as pressões altistas da conta de juros, que exigem superávits primários mais elevados para aliviar o resultado nominal.
O fechamento das taxas hoje, última sessão de 2021, vai na contramão da tendência de alta que predominou ao longo do ano, com as pressões inflacionárias vindas sobretudo dos choques de oferta nas cadeias produtivas e da crise hídrica deteriorando as expectativas de inflação dos agentes. Não por acaso a Selic começou o ano em 2% e termina em 9,25%, na tentativa do Banco Central de estancar esse processo.