A Ammo Varejo, grupo dono da marca MMartan, tinha planos de captar ao menos R$ 700 milhões e em julho de 2021 havia pedido o registro da operação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas desde meados de agosto, o mercado se fechou para novas ofertas de ações. Assim como a Dori, a Ammo faria uma oferta primária, para captar recursos, e uma secundária, com venda de ações dos sócios. A companhia é controlada pela mineira Coteminas, empresa fundada pelo ex-vice-presidente José Alencar.
Controlada pela Ambipar, companhia de gestão de resíduos, a Environmental ESG Participações também havia pedido em outubro a suspensão de seu IPO, em meio à piora generalizada do mercado local. Neste começo de ano, desistiu da operação, segundo a CVM. Seria uma das maiores ofertas do segundo semestre de 2021, com captação podendo bater em R$ 3 bilhões.
Já a Monte Rodovias, empresa da Monte Equity Partners que opera concessões no Nordeste, planejava desde meados do ano passado um IPO apenas com oferta primária, com recursos destinados a pagamento de dívidas, reforço do caixa e aquisições de outras companhias.
Na sexta-feira, a Vero, provedora de internet, comunicou a desistência do IPO. A empresa tinha planos de fazer uma oferta de R$ 1 bilhão.
Nos bancos de investimento, a expectativa é que uma janela para captações na Bolsa se abra nesta primeira metade de 2022, ao menos até junho, permitindo que algumas operações saiam. Mas a visão é que o investidor vai ficar ainda mais seletivo, por causa dos juros subindo a dois dígitos no Brasil e da crescente aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai começar a elevar os juros nos Estados Unidos já em março.