“A ideia é que esse novo câmpus tenha uma outra cara, a das engenharias e da tecnologia. Claro que vamos manter os nossos carros-chefe, como administração e economia”, diz Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo.
Rentabilidade
A investida faz parte de um movimento do grupo de ensino superior para atrair mais alunos das classes mais ricas, que trazem maior rentabilidade para a companhia e também representam um público mais resiliente em tempos de crise.
Um exemplo é que, além do Ibmec, a empresa tem feito diversos aportes em faculdades de medicina: em julho, por exemplo, anunciou um investimento de R$ 30 milhões para criar o maior câmpus de Medicina da empresa no Rio de Janeiro.
A área de negócios premium da Yduqs vem crescendo em taxas mais elevadas do que os demais negócios. Somente no terceiro trimestre de 2021, último dado divulgado, o faturamento do Ibmec e das faculdades de Medicina foi de R$ 209 milhões, alta de 39,3% em relação a igual período de 2020.
Tendência
Criado em 1970 – um dos fundadores é o atual ministro da Economia, Paulo Guedes -, o Ibmec surgiu para ampliar as opções de ensino ligado ao mundo de investimentos e do mercado de capitais. Além do novo olhar para tecnologia, também existe um direcionamento para o empreendedorismo. O espaço colaborativo Hubs, por exemplo, tem 23 empresas incubadas, com a participação de 86 alunos.
A incursão do Ibmec nessas áreas faz parte de uma tendência que outras escolas de negócios estão seguindo. O Insper, por exemplo, possui um curso de engenharia da computação há seis anos e acaba de lançar uma graduação em Ciências da Computação.
O analista Leo Monteiro, da Ativa Investimentos, enxerga o negócio premium da Yduqs com bons olhos. “O Ibmec vai muito em linha dos cursos de Medicina, que têm mensalidades mais altas e evasão mais baixa. No segmento de educação, a marca importa muito e o Ibmec é muito reconhecido”, afirma o especialista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.