“O resultado de janeiro pode ser considerado como uma acomodação do indicador em patamar elevado, contabilizando as incertezas já conhecidas em torno da atividade econômica, do cenário político e da pandemia, agora renovadas com a variante Ômicron. A ligeira queda do IIE-Br foi motivada inteiramente pela redução da dispersão nas previsões de especialistas para variáveis econômicas brasileiras”, diz a nota divulgada pela FGV.
O IIE-Br é formado por dois componentes. O primeiro é o IIE-Br Expectativa, construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA, que caiu 6,0 pontos em janeiro, para 125,8 pontos, acumulando queda de 18,2 pontos em dois meses. Com isso, o componente contribui negativamente em 1,3 ponto para a variação agregada do IIE-Br, ante dezembro.
O outro componente, o IIE-Br Mídia, faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza. O componente subiu 1,3 ponto em janeiro ante dezembro de 2021, para 118,9 pontos, contribuindo de forma positiva em 1,1 ponto para a variação do índice agregado.
Segundo a nota da FGV, a alta foi influenciada por “ruídos, como o avanço da nova variante do coronavírus no país e inflação”. “Para os próximos meses o Indicador de Incerteza deverá permanecer em patamar elevado, dado o cenário econômico e sanitário”, diz a nota da FGV.
Nesse movimento, a tendência é que o IIE-Br Mídia dite o ritmo, já que “o desafio de se prever a evolução das variáveis econômicas vem se tornando um pouco menor”, já que o “cenário pandêmico vem sendo controlado, seja por mutações mais leves, seja pelo avanço da imunização”.
“Em dois meses, o componente de Expectativas acumulou queda de quase 20 pontos. Em janeiro, a queda deste componente foi motivada pela menor dispersão das previsões para o IPCA e para o Câmbio, com este último possivelmente refletindo os resultados da sinalização cada vez mais forte de que os EUA deverão entrar numa fase de política monetária mais restritiva nos próximos meses”, diz a nota da FGV.