“Isso, obviamente, significa ritmo de produção menor. Talvez para fevereiro possa melhorar se, de fato, o País tiver passado de um pico de contaminações. Estamos monitorando semanalmente”, comentou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, ao explicar o desempenho das montadoras no mês passado, o janeiro mais baixo em produção de veículos em 19 anos.
Além das ausências de funcionários motivadas pela doença, a produção do mês passado é explicada pelo fato de muitas montadoras terem adiado, em dezembro, as tradicionais férias coletivas de fim de ano, de modo que parte das fábricas seguiu parada na primeira quinzena de janeiro.
Além do impacto na produção, a escalada de contaminações da pandemia comprometeu o movimento nas concessionárias de automóveis junto com as chuvas que atingiram alguns dos maiores mercados de carros do País, como São Paulo.
Ainda que seja sazonalmente um mês mais fraco, a queda das vendas de janeiro – 38,9% contra dezembro – superou as expectativas da Anfavea. Durante a apresentação dos números à imprensa, Moraes manifestou preocupação com o impacto do aumento do custo dos financiamentos com o que classificou como “paulada na taxa de juros”.
“O impacto dos juros já está acontecendo em nosso setor”, afirmou Moraes, acrescentando que o risco é de o Produto Interno Bruto (PIB) terminar o ano pior do que o previsto no cenário da entidade diante das condições financeiras mais restritivas.
Os estoques de veículos, em 114,4 mil veículos, são suficientes para 27 dias de venda se considerado o ritmo fraco de consumo de janeiro. A tendência, no entanto, é de esse giro cair com a retomada do mercado esperada pela Anfavea para fevereiro.