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Moedas: dólar se enfraquece ante rivais, com tensão na Ucrânia e dados dos EUA

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Estadão Conteúdos

O dólar perdeu força ante suas principais rivais nesta terça-feira, 15, com a menor cautela no mercado. Notícias sobre o anúncio de retirada militar parcial russa na região da Ucrânia contribuíram para a diminuição na busca pelas divisas consideradas porto seguro dos investidores. Dados dos Estados Unidos, como a inflação ao produtor acima do esperado, também estiveram no radar das mesas de operação.

O índice DXY, que mede a divisa americana ante seis rivais, caiu 0,40%, a 95,989 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,1363 e a libra, a US$ 1,3539, enquanto o dólar avançava a 115,64 ienes.

A Rússia determinou hoje a saída de 10 mil soldados próximos à fronteira da Ucrânia e garantiu certo alívio aos mercados internacionais. O presidente do país, Vladimir Putin, disse, em coletiva à imprensa, estar aberto para negociações com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O pronunciamento foi feito após reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz. A Otan, por sua vez, disse não ter visto sinais de redução da presença russa na região. Os EUA reforçaram que a resposta será “rápida, unida e severa”, caso a Rússia invada a Ucrânia. Em pronunciamento à nação, o presidente americano, Joe Biden, disse que ainda há uma “grande possibilidade” do ataque acontecer.

“O dólar americano e outros portos seguros perderam território nesta terça-feira, à medida que as tensões mostraram sinais tentadores de redução”, diz o analista da Western Union Joe Manimbo. “O euro, a libra e o dólar canadense subiram em relação a seus níveis mais baixos em ao menos uma semana”. O economista destaca, porém, que a situação segue fluida e contribuindo para a volatilidade nos mercados.

Ainda assim, no atual cenário, a moeda russa se fortaleceu frente ao dólar. No horário citado, o dólar caía a 75,450 rublos.

Indicadores macroeconômicos dos EUA também contribuíram para o recuo do dólar, com a divisa local recuando após a divulgação de resultados. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 1% em janeiro ante dezembro, acima da previsão dos mercados. Já O índice de atividade industrial Empire State, do Federal Reserve (Fed) de Nova York, avançou a 3,1 em fevereiro, bem abaixo da previsão de alta a 10,0.

Em relatório, o Bank of America (BofA) destaca a fraqueza recente do iene. Com recuos consistentes desde 2021, a moeda japonesa caiu ao menor nível de taxa de câmbio efetiva real em várias décadas. “As autoridades japonesas provavelmente favorecem a estabilidade cambial em vez de uma depreciação adicional, pois isso aumentaria as pressões inflacionárias predominantes nos custos”, diz o banco. Aumentos dos juros básicos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) podem levar outros bancos centrais pelo mundo a adotarem seu próprio aperto monetário, o que poderia acarretar na desvalorização indesejada de suas moedas. “A fraqueza comparativa entre os fundamentos da economia e da inflação japonesa e da falta de impulso para um ciclo de aperto monetário adequado podem levar a um excesso na relação entre dólar e iene”, estima o BofA.

Entre emergentes, o peso mexicano avançou ante o dólar hoje. O movimento se deu após um dos membros do Banxico, o banco central local, antecipar que a entidade irá elevar os juros básicos novamente em março. Já o peso argentino se desvalorizou em relação à moeda americana, na esteira da divulgação da inflação ao consumidor em janeiro, que avançou 3,9% na base mensal e 50,7% na anual. No horário citado, o dólar recuava a 20,3938 pesos mexicanos e avançava a 106,4982 pesos argentinos.