“Em fevereiro, houve melhora da confiança dos consumidores influenciada por uma avaliação menos negativa sobre a situação atual e por um aumento das expectativas em relação aos próximos meses. O destaque foi o aumento da intenção de compras de bens duráveis, em queda há cinco meses consecutivos. O resultado positivo pode ter sido influenciado pelo Auxílio Brasil nas faixas de renda mais baixas, perspectivas mais favoráveis sobre o mercado de trabalho e situação econômica que voltaram a ficar mais otimistas, com indicadores superando o nível neutro de 100 pontos”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
No entanto, a pesquisadora do Ibre/FGV sugere cautela na análise dos resultados, uma vez que o indicador de confiança permanece em nível historicamente ainda “muito baixo”. Os consumidores também mostram “comportamento volátil” nos últimos meses, o que mostra “que a incerteza elevada tem afetado bastante a manutenção de uma tendência mais clara da confiança no curto prazo”, completou Viviane.
Em fevereiro, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,5 ponto, para 67,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) cresceu 3,8 pontos, para 84,5 pontos.
O item que mede a satisfação sobre as finanças pessoais subiu 1,7 ponto em fevereiro, para 61,7 pontos, e o que mensura a percepção sobre a situação econômica atual cresceu 1,0 ponto, para 74,0 pontos, terceiro mês consecutivo de avanços. Apesar da melhora, os dois componentes se mantêm em patamar baixo em termos históricos.
Quanto às expectativas para os próximos meses, o quesito de intenção de compras de bens de consumo duráveis avançou 8,8 pontos, para 69,1 pontos, após cinco meses seguidos de perdas. O item que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar caiu 0,4 ponto, para 84,2 pontos, enquanto o componente que captura as projeções sobre a situação econômica geral subiu 2,7 pontos, para 102,3 pontos.
No mês de fevereiro, a confiança aumentou em todas as faixas de renda familiar, com destaque para os consumidores de menor poder aquisitivo. Entre as famílias que recebem até R$ 2.100,00 mensais, o ICC subiu 6,5 pontos, para 75,6 pontos, maior valor desde março de 2020, quando o indicador estava em 82,5 pontos.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.478 domicílios, com entrevistas entre os dias 1º e 19 de fevereiro.