No último trimestre do ano passado, foram negociados R$ 17,1 bilhões, um crescimento de 9,8% em relação ao período anterior. Segundo o OSP, os valores em reais já estão deflacionados, considerando o câmbio e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para janeiro de 2022.
De novembro até agora, a gestão da Petrobras se desfez de mais sete ativos. A principal venda foi do Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte. As 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas e toda sua infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural foram negociadas por R$ 7,6 bilhões. Também foi vendida, por R$ 6,2 bilhões, a participação integral da estatal no Polo Carmópolis, um conjunto de 11 concessões de campos de produção terrestres, com instalações integradas, em Sergipe.
No início desta semana, foi vendido o Polo Norte Capixaba, quatro campos de produção terrestres no Espírito Santo, por R$ 3 bilhões. Os outros negócios incluíram a privatização da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, no Paraná, por R$ 189 milhões, além da venda da participação da Petrobras em bloco exploratório na Bacia Potiguar, por R$ 4 milhões, e em duas concessões na Bacia do Paraná, totalizando R$ 4 milhões.
Na distribuição porcentual por país, segundo o Privatômetro, 44% dos ativos vendidos neste último período foram adquiridos por empresas brasileiras, 36% ficaram para a Espanha e 17% para o Reino Unido.
De acordo com o OSP, o maior valor anual de venda de ativos foi registrado no primeiro ano do mandato de Bolsonaro, em 2019, contabilizando R$ 74,8 bilhões, ou seja, 28% do acumulado. Na relação setorial, a maior parte dos desinvestimentos foi de ativos de exploração e produção (43%), seguido por transporte (28%) e distribuição e revenda (21%).
No governo da ex-presidente Dilma Rousseff foram vendidos R$ 27,5 bilhões em ativos da estatal, ou 10,5% do total, e no governo de Michel Temer, R$ 80,3 bilhões, 30,47% do total.
“No momento em que mais precisamos de uma estatal forte, voltada para o bem do seu povo e do seu País, preocupada em conter o preço da gasolina e do gás de cozinha e os impactos que essa alta traz no custo de vida do brasileiro, o governo acelera a privatização da Petrobras e deixa o País cada vez mais vulnerável às oscilações do mercado internacional”, avaliou o economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) Tiago Silveira.