No processo de transformação da estatal, um novo plano de negócios deverá ficar pronto em março, diz Soares. A execução deverá levar dois anos, mas o trabalho já começou. Desde 2020, foram dispensados 1,8 mil funcionários (de 5,2 mil). O corte de custos operacionais para 2022 já passa de R$ 1 bilhão, segundo ele. “O tamanho da companhia é maior do que a necessidade”, diz.
Conforme Soares, um projeto de eficiência energética pretende reduzir a conta de luz, hoje em torno de R$ 1 bilhão ao ano, em 30% a 40%. Já o plano de demissão voluntária (PDV) do ano passado permite uma economia de R$ 400 milhões ao ano, mas o tamanho ideal do quadro de pessoal será definido pelo plano de negócios.
A transformação faz parte de um novo modelo no setor de saneamento no País. O foco é a atração de operadores privados, separando os serviços de água e esgoto entre “produção” – captação e tratamento – e “distribuição”.
A separação foi proposta pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A distribuição de água tratada, a coleta e o tratamento do esgoto, além da relação comercial com os clientes, são concedidas a operadores privados. A captação e o tratamento da água, fornecida aos operadores privados, seguem com a estatal.
“Transfere-se para quem tem capacidade de investimento uma boa parte das coisas que estavam nas companhias estaduais, mas estavam travadas”, diz Luciene Machado, chefe de departamento na Área de Estruturação de Parcerias do BNDES.
Carlos Brandão, presidente da Iguá Saneamento, que assumiu uma das áreas de concessão do Rio no dia 7, destaca que a separação incentiva as operadoras a acelerarem a redução das perdas de água. “Como somos compradores de água, quanto mais eficiência nas perdas, maior a produtividade”, diz Brandão. Na área assumida pela empresa, foi diagnosticada a perda de 62% da água consumida. É muito acima dos 36% estimados antes do leilão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.