Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou em alta de 3,21% (US$ 3,72), a US$ 119,40, e o do Brent para maio avançou 4,32% (US$ 5,10) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 123,21.
No mesmo dia em que ucranianos e russos realizaram a terceira rodada de negociações por paz – mais uma vez sem grande avanço – nações ocidentais deram alguns dos primeiros passos públicos em torno de uma possível sanção à exportação de petróleo e gás russo.
Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson disse que a medida “está na mesa”. Já o Congresso dos EUA pode votar amanhã uma lei que busca proibir a importação de produtos energéticos russos e suspender relações comerciais normais com o país, segundo a imprensa americana. A Alemanha, no entanto, expressou oposição à ideia de embargar a produção russa das commodities.
A Capital Economics prevê um que um “banimento completo” das exportações energéticas da Rússia provocariam uma disparada no preço do petróleo Brent, a US$ 160 por barril, e do gás natural europeu, a US$ 300 por Megawatt-hora (Mwh). “Além disso, os preços da energia permaneceriam altos por mais tempo, pois levaria tempo para a oferta aumentar para preencher o déficit”, explica a consultoria.
O aumento sustentado do preço do petróleo teria consequências para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA e da zona do euro, diz o Goldman Sachs. Caso a commodity suba US$ 20 além do nível atual, 0,6 ponto porcentual do PIB real do bloco europeu em 2022 seria perdido, e 0,3 ponto porcentual do PIB americano, segundo prevê o banco.
Entre outras notícias relacionadas ao setor, o The Wall Street Journal relatou hoje que o governo dos EUA está conversando com autoridades da Venezuela para aliviar embargo à produção energética do país, de forma a conter a escalada dos preços. Além disso, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano liberou a troca de 2,7 milhões de barris da sua reserva estratégica à ExxonMobil.
Contato: gabriel.caldeira@estadao.com