“A guerra já está afetando a transição energética e as nossas vidas, mexe no preço da energia, dos alimentos, e de toda a cadeia de produção. O que podemos fazer é acelerar a transição, e não adiar essa transição”, disse a jornalistas após assinatura de empréstimo de 200 milhões de euros para a Neoenergia construir parques eólicos e uma central fotovoltaica no Brasil.
Ao contrário de alguns especialistas, que veem na guerra e a consequente disparada do preço do petróleo no mercado internacional um motivo para mais investimentos no segmento de petróleo e gás natural, para aumentar a oferta, Félix é taxativo em relação a esses projetos.
“Nosso entendimento é de que o investimento em petróleo não é sustentável. O BEI deixou em 2019 de financiar qualquer projeto que fosse e combustíveis fósseis, e nem a pandemia nem esta guerra nos levam a pensar em retornar com os combustíveis fósseis”, afirmou.
Ele vê, no entanto, a necessidade de substituição energética, e por isso é necessário acelerar na busca desses recursos para que a transição seja mais rápida. E o Brasil, destacou, tem tudo para ser um agente relevante nesse momento.
“O Brasil é um País com uma dimensão e com recursos gigantescos, recursos humanos, e o Brasil é por excelência, do ponto de vista de energia renovável, uma fonte imensa de produção. O Brasil tem condições de ser um dos grandes produtores e exportadores de hidrogênio de verde”, explicou.
O BEI financia cerca de 800 milhões de euros por ano em projetos na América Latina e cerca de 40% desse total fica no Brasil, informou Félix. O financiamento concedido à Neoenergia foi a primeira operação do banco este ano no Brasil.