Como mostrou o Broadcast neste domingo, 27, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, desistiu de participar de um evento em Campo Mourão (PR) nesta segunda-feira para acompanhar de perto a mobilização dos servidores da autarquia, que podem decretar uma greve em assembleia marcada para o começo da tarde. A informação foi confirmada ao Broadcast por técnicos da instituição.
Diante do risco de paralisação total das atividades, Campos Neto se reuniu com representantes dos servidores na noite de sábado, 26. Os trabalhadores do BC cobraram dele um posicionamento do governo sobre a possibilidade de reajuste salarial. A categoria exige um aumento de 26,3%, além da reestruturação da carreira. Entretanto, o presidente da autoridade não apresentou uma oferta de aumento nos contracheques.
Os servidores do BC fazem paralisações diárias de quatro horas, das 14h às 18h, desde 17 de março. O movimento já atrasou divulgações como a Pesquisa Focus, o resultado do Questionário Pré-Copom, o fluxo cambial, além da apuração diária da ptax.
Com as pressões crescentes, Campos Neto enviou um ofício ao Ministério da Economia solicitando que os servidores do BC recebam reajuste salarial caso o governo decida aumentar os valores dos contracheques de outras categorias. No fim do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro prometeu aumentos para policiais federais e rodoviários, mas até agora não oficializou o reajuste a essas categorias ligadas ao Ministério da Justiça.
A posição inicial do presidente do BC era de que reajustes não deveriam ser concedidos para nenhuma categoria. Questionado pelo Broadcast na última quinta-feira, 24, Campos Neto deixou claro que a autoridade monetária tem “esquemas de contingência” para continuar funcionando caso o movimento evolua para uma greve geral dos funcionários.