No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 121,70 ienes, o euro recuava a US$ 1,1064 e a libra tinha alta a US$ 1,3136. O DXY avançou 0,53%, a 98,312 pontos.
O DXY já subia no início do dia, com impulso modesto. A cautela com a guerra na Ucrânia, em meio a dificuldades nas negociações, apoiou a compra do dólar, enquanto o euro mostrava fraqueza. Além de ajustar ganhos recentes, a moeda comum reagia a declarações do BCE. Vice-presidente da instituição, Luis de Guindos disse esperar que a inflação na zona do euro atinja seu pico em dois ou três meses. O economista-chefe, Philip Lane, por sua vez, comentou que a política deve ser ajustada, caso as expectativas de inflação não estejam ancoradas, enquanto o dirigente Ignazio Visco reforçou que não haverá alta de juros antes do fim das compras líquidas no programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês).
Na agenda de indicadores, a renda pessoal nos EUA avançou 0,5% em fevereiro ante janeiro, em linha com o esperado, mas os gastos com consumo cresceram 0,2% na mesma comparação, ante expectativa de alta de 0,5%. Foi divulgado ainda o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que subiu 0,6% em fevereiro ante janeiro, com alta de 6,4% na comparação anual. O núcleo do PCE teve alta de 5,4% na comparação anual, bem acima da meta de 2% do Fed. Nesse quadro, continuavam a prevalecer no fim desta tarde (68,8%) as apostas de elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Fed no início de maio.
A operação militar russa na Ucrânia seguia em foco. Hoje, os EUA afirmaram que continua a haver certo reagrupamento de soldados da Rússia no país, com foco maior na região de Donbass. A Casa Branca ainda comentou que o banco central e o governo da Rússia atuariam para apoiar de maneira artificial o rublo. No horário citado, o dólar recuava a 81,535 rublos.
A Capital Economics avalia que o rali do dólar parece ter dado “uma pausa neste mês”, com um pouco mais de apetite por risco em março e a estabilização nos preços de commodities, bem como diante da alta sincronizada nos retornos dos bônus dos EUA e de outros mercados desenvolvidos. Para a consultoria, esses fatores podem representar um vento contrário para a divisa americana no curto prazo, mas o quadro global ainda apoia a valorização do dólar.