Questionado por senadores, Guillen afirmou que as bandas em torno da meta existem para absorção desses choques e não devem ser alteradas. “A meta tem papel de convergência e ancoragem de expectativas. Bandas em torno da meta têm papel de absorção desses choques”, completou.
Ele ressaltou que questões fiscais e choques de demanda são considerados no cenário do Banco Central.
Questionamento forte de senadora
Após questionamento firme da senadora Kátia Abreu (PP-TO) sobre a meta de inflação, Guillen reforçou que alterar o objetivo diante de choques não é benéfico. Ele argumentou que a meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que o BC tem de persegui-la, mas defendeu que a credibilidade da meta de inflação ajuda na ancoragem de expectativas.
“Quando se eleva a meta de inflação, também aumentam as expectativas e a indexação. A credibilidade da meta ajuda em ancoragem de expectativas. A meta não deve ser alterada por conta de choque, pois altera a convergência de expectativas”, disse ele.
A senadora questionou a estratégia de manter a meta baixa diante de expectativas de inflação elevada. “BC vai ficar nadando atrás do juro e pressionando as empresas e dos trabalhadores”, comentou, após criticar a resposta inicial de Guillen sobre a meta de inflação ser apropriada.
Segundo ela, em momentos anteriores, houve alteração da meta com consequente redução da inflação.
Greve dos servidores do BC
Abreu também criticou a greve dos servidores do BC em meio a um momento difícil da economia brasileira para as classes mais pobres. “Quem tem nível salarial como os servidores do BC deveriam ter vergonha de fazer greve neste momento difícil para o País.”
A diretoria de Política Econômica era chefiada por Fabio Kanczuk, que deixou o colegiado no fim de seu mandato, em dezembro, e já não participou das últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).