De acordo com a empresa, a dívida líquida subiu 19,3%, de RS 17,747 bilhões para RS 21,168 bilhões no período. Dessa forma, a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, passou de 1,76 vezes no primeiro trimestre de 2021 para 1,36 vez de janeiro a março deste ano. Em entrevista ao Broadcast Agro, o CFO Tang David disse que a queda no lucro líquido no trimestre reflete um efeito do investimento da companhia na BRF. “Esse é o principal fator”, aponta. Em janeiro, a companhia acompanhou o follow on da BRF e manteve sua participação de 33,27%, o que representou um novo investimento de R$ 1,8 bilhão em novas ações.
A operação América do Norte, capitaneada pela National Beef, foi, novamente, o destaque. O segmento alcançou nova marca histórica. De acordo com a companhia, em razão do incremento de 26,9% no preço médio total e do crescimento de 2,9% no volume de vendas no período. A unidade registrou receita líquida de R$ 15,8 bilhões (US$ 3 bilhões) no primeiro trimestre, avanço de 30,6% em relação a igual período do ano passado, quando a receita foi de R$ 12,7 bilhões. O Ebitda ajustado ficou em RS 2,2 bilhões (US$ 453 milhões), alta de 63,4%. Além disso, o lucro bruto avançou 59,5% ante o ano anterior, para US$ 538 milhões (R$ 2,8 bilhões).
A National Beef ainda representa 71% da receita líquida total da Marfrig e de 87% a sua participação no Ebitda consolidado. “Vivemos um trimestre de crescimento robusto. A demanda permanece forte e o cenário é de aumento do preço também no mercado internacional”, diz o CEO da Operação América do Norte da Marfrig, Tim Klein.
A Operação América do Sul, que engloba Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, registrou receita líquida de R$ 6,5 bilhões na região, avanço de 41,2% na comparação anual. A empresa destaca que o desempenho é consequência do maior preço médio total de vendas em 27,2% e no aumento do preço médio de exportações, que, mesmo medido em dólares, avançou 37,1% entre os períodos. “Os indicadores mostram sinais de recuperação do mercado, tanto em volume quanto em preços”, afirma o CEO da América do Sul, Miguel Gularte. “Estamos preparados para capturar todas as oportunidades que surgirem no cenário.” O Ebitda ajustado do segmento avançou 94,9%, de R$ 211 milhões para R$ 410,5 milhões. A margem subiu 175 pontos-base na mesma base comparativa, para 6,4%.