O Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 595,9 milhões no período entre janeiro e março, queda de 38,1% ante os R$ 963,2 milhões reportados no mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda ajustada ficou em 7,2% no trimestre, um recuo de 300 pontos-base sobre a margem de 10,2% registrada no ano anterior.
No primeiro trimestre de 2022, a receita líquida da companhia atingiu R$ 8,253 bilhões. O valor representa um recuo de 12,7% em comparação com a receita aferida no mesmo intervalo de 2021.
Conforme já havia sido sinalizado no terceiro e quarto trimestres de 2021, a companhia afirma que continuou a enfrentar um ambiente desafiador no primeiro trimestre de 2022, além de uma base de comparação difícil e movimentos cambiais desfavoráveis.
“Nosso desempenho reflete mudanças intencionais em andamento na Avon, como a simplificação do portfólio e a implementação do novo modelo comercial, assim como os impactos da guerra na Ucrânia, que se somou às pressões inflacionárias e afetou a demanda do consumidor, além dos efeitos remanescentes da pandemia de covid-19”, afirma o CEO do grupo e presidente executivo da Natura &Co, Roberto Marques, no release de resultados.
Essa combinação, segundo Marques, resultou em menores vendas e lucratividade no trimestre em comparação ao primeiro trimestre de 2021, refletindo, em parte, a maior exposição da companhia à América Latina e à Europa, enquanto o crescimento global do mercado de beleza atualmente é impulsionado principalmente pela Ásia e América do Norte.
“Nossa perspectiva é de que o cenário externo continua desafiador no segundo trimestre e seguiremos adotando medidas, tais como uma maior contenção de gastos e rígida disciplina financeira nos investimentos, a fim de proteger nossa lucratividade e geração”, acrescenta.
Apesar dos resultados e do cenário adverso, a direção da companhia afirma que também viu alguns sinais positivos: no Brasil, a Natura registrou crescimento de receita mesmo com uma forte base de comparação, graças a uma oferta de produtos que atende melhor à demanda atual, enquanto a Avon viu uma melhora no desempenho dos seus fundamentos.
A Natura &Co reafirmou a meta de margem Ebitda em 2024, a despeito dos impactos em consumo e demanda do consumidor causados pela guerra no leste europeu e pela deterioração do cenário macroeconômico. Contudo, diante desses efeitos, a companhia agora espera atingir suas metas de receita líquida consolidada e alavancagem em 2024,e não mais em 2023, como anteriormente.