“A inflação persistentemente alta, juros de dois dígitos, PIB anêmico e indicadores de confiança fracos continuam pressionando a demanda e os custos geral de produção das companhias”, diz o relatório.
A Fitch projeta crescimento de 0,5% para o Brasil em 2022.
Internamente, o atrito entre os poderes políticos traz volatilidade ao ambiente de negócios e incertezas sobre a aprovação de reformas. Somado a isso, “a polarização política se intensificou com a liderança do presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, aumentando os desafios para uma coalizão de terceira ala competitiva”.
Enquanto isso, ventos contrários do mercado externo devem aumentar os custos de empréstimos no exterior para emissores brasileiros, embora o fluxo de caixa seja gerenciável, pois as companhias nacionais se beneficiam de ciclos de preços positivos.
Ainda no cenário externo, a agência segue vendo, até o momento uma exposição limitada para ao conflito na Ucrânia para maioria dos emissores. “No entanto, a alta dependência do Brasil de fertilizantes importados pode afetar severamente a produtividade na safra de 2023, dependendo da duração do conflito e do escopo das sanções à Rússia”, afirmam os especialistas.
Para eles, isso pode levar a um maior aperto monetário no mercado interno para conter o aumento dos preços dos alimentos.
Exportadoras de commodities
Na ponta positiva, a Fitch espera que os exportadores brasileiros de commodities continuem se beneficiando de fundamentos positivos de oferta e demanda no médio prazo, já que os preços e as taxas de câmbio continuam favoráveis. “Aumentamos nossas premissas de preços de metais e mineração e petróleo e gás em março de 2022, à luz do aumento da demanda pós-pandemia, mercados apertados e interrupções no fornecimento de curto prazo devido ao conflito na Ucrânia”, ressaltam.