“Os últimos resultados da confiança do consumidor mostram que, apesar da melhora da pandemia e do pacote de incentivos para alívio da pressão financeira das famílias, a inflação e a dificuldade de obter emprego continuam impactando negativamente as famílias, principalmente as de menor renda. Além disso, há uma preocupação com as perspectivas futuras que serão afetadas por um ano eleitoral que promete ser bastante acirrado. O cenário para os próximos meses não sinalizam uma tendência clara de recuperação, principalmente diante dos desafios expostos”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em maio, o Índice de Situação Atual (ISA) permaneceu estável em 69,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) encolheu 5,1 pontos, para 81,0 pontos.
A percepção dos consumidores sobre a situação econômica atual caiu 0,2 ponto, para 76,2 pontos, enquanto o item que mede a situação financeira familiar subiu 0,2 ponto, para 62,6 pontos. Os dois componentes estão em patamares considerados baixos em termos históricos, ressaltou a FGV.
A queda no ICC do mês foi puxada pela piora na expectativa para a situação financeira familiar nos próximos meses, com um recuo de 9,6 pontos, para 81,3 pontos. As perspectivas sobre a situação econômica tiveram queda de 4,9 pontos, para 96,7 pontos.
A análise por faixa de renda mostrou piora da confiança em todos os grupo de renda familiar, com exceção para os que recebem entre R$ 2.100,01 e 4.800,00 mensais, com alta de 1,5 ponto, para 70,3 pontos.
Entre consumidores mais pobres, com renda familiar de até R$ 2.100,00 mensais, houve um tombo de 9,4 pontos na confiança, para 66,8 pontos. A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 21 de maio.